“Mosaico final do Conselho Geral é variado e trará riqueza e interesse aos debates”

Tomaram posse, esta terça-feira, os novos membros do Conselho Geral da Universidade do Minho. Dos eleitos, tal como já tinha adiantado, Pedro Arezes não tomou posse, sendo substituído por Custódia Martins. O presidente da Escola de Engenharia já havia justificado a sua intenção de se candidatar, depois, ao cargo de reitor da instituição.

Alberto Martins, que presidiu até hoje ao órgão colegial máximo da Universidade, destacou as propostas dos programas eleitorais apresentados pelas três classes representadas: docentes e investigadores, estudantes e técnicos, administrativos e de gestão. “Fiquei agradavelmente surpreendido pela consciência cívica, humanista, participativa e de compreensão do papel da Universidade no desenvolvimento nacional. Portugal tem que dar um salto no seu desenvolvimento e a Universidade é decisiva para acompanhar as grandes exigências tecnológicas, de sustentabilidade e de desenvolvimento social”, disse Alberto Martins. 

O advogado, professor e político está certo de que “a Universidade do Minho é um expoente nessa qualificação e nesse lugar que é preciso que Portugal ocupe”.

Alberto Martins apelou aos novos membros para que assumam, no órgão, um papel cada vez mais participativo e o abram à comunidade académica. “Não há limites para o aperfeiçoamento da Universidade e da sua interação social com as empresas, pessoas, comunidades e, desde logo também, uma exigência que tem sido muito vincada pelos estudantes: que a Universidade seja um espaço de acolhimento e que se combata de forma determinante e determinada a segregação social, que a Universidade ainda é um espaço, sobretudo, no seu acesso”, afirmou.

O antigo ministro da Justiça garante que a UMinho passou a ser, para si, “um lugar de afeto e de absoluto reconheicmento”. Alberto Martins apelou à comunidade académica que transforme esta insituição numa “universidade inclusiva, capaz de se projetar para vencer os novos desafios do desenvolvimento, da sustentabilidade económica e social e do compromisso cívico dos valores humanistas”. “Os novos desafios da era da guerra comercial de Trump exigem à Europa e aos seus Estados tomar decisões e agir como um só Estado”, apontou, frisando que esta missão passa também “pelas universidades, enquanto espaço nuclear da investigação e do conheicmento”.

O responsável pelo desencadear da conhecida “crise académica de 1969” iniciou funções em novembro do ano passado, depois do desaparecimento de Joana Marques Vidal. Hoje, no seu último ato enquanto presidente do Conselho Geral, Alberto Martins destacou a “experiência enriquecedora”, que o permitiu “aprofundar e acompanhar a vida da Universidade”. “Pude constatar a frescura, a juventude, a jovialidade e a futuridade da Universidade do Minho”, finalizou.

Isabel Ermida presidiu a comissão que orientou todo o processo eleitoral. A docente fala de “um ato eleitoral desafiante”, desde logo porque foi “uma eleição muito disputada”. “Foi um ato eleitoral muito participado, a afluência às urnas foi das mais expressivas da nossa história, sobretudo entre os professores e investigadores e entre os trabalhadores técnicos, administrativos e gestão. Entre os alunos é sempre um pouco mais difícil, portanto, ainda há trabalho a fazer, no sentido de tentar motivar mais os alunos, tentar trazê-los a esta realidade que lhes interessa e deve interessar”, denotou.

Isabel Ermida considera ainda que “o mosaico final deste Conselho Geral é bastante variado, tanto etariamente, como a nível das categorias profissionais”. “Julgo que isto trará riqueza e muito interesse aos debates que naturalmente vai haver”, acrescentou.

Os novos membros do Conselho Geral terão, agora, que escolher, até maio, os seis membros externos cooptados. O novo presidente do órgão é eleito por maioria absoluta, de entre os membros externos.

Membros

Representantes dos Professores e Investigadores

Maria do Céu Ribeiro Cortez

Eugénio Manuel de Faria Campos Ferreira

Nuno Filipe da Silva Fernandes de Castro

Tiago José Quinteiros Lopes Henriques da Silva

Paula Cristina Marques Martins

Delfina Rosa da Rocha Gomes

Luís Manuel Dias Coelho Soares Barbosa

Luís António Martins dos Santos

Andreia Cristiana Teixeira de Castro

Nuno Miguel Dias Cerca

Mário João Ferreira Monte

Custódia Alexandra Almeida Martins

Representantes dos Estudantes

Luís Miguel de Lima Guedes

Nuna Nascimento Lima

Miguel Afonso Neves Gonçalves da Silva Martins

João Pedro Pinto Monteiro

Representantes do Pessoal Técnico Administrativo e de Gestão

Luís Carlos Ferreira Fernandes