“Montenegro vai governar para agradar aos eleitores a pensar que vai cair a qualquer momento”

José Palmeira, professor e investigador de Ciência Política na Universidade do Minho afirma que Luís Montenegro vai apresentar um governo para “tentar sobreviver”. O especialista é o convidado desta semana no programa Campus Verbal.


Na última noite, aos microfones da Universitária analisou os resultados das eleições legislativas de domingo e lançou algumas pistas sobre o futuro da governação. Segundo o especialista, “a AD vai governar como Cavaco Silva governou em 1985, que é governar a pensar que vai cair a qualquer momento e, portanto, governar para agradar aos eleitores e com isso tornar mais difícil quando os partidos da oposição o quiserem derrubar, porque isso pode gerar uma maioria absoluta a seguir”. Para isso, sublinha o professor de Ciência Política, Luís Montenegro “precisará de ter um governo coeso, constituído por personalidades prestigiadas, com capacidade política e nalgumas pastas com capacidade técnica, como é a Educação”. Em suma, será um governo para “tentar sobreviver”, antecipa.

Luís Montenegro vai ter que fazer cedências ao programa


Sem uma maioria visível no Parlamento, “o governo vai depender sempre quer da sua capacidade negocial, quer da disponibilidade dos partidos para apoiar lei a lei, sendo que a mais importante é o Orçamento de Estado”, acrescenta. Também por isso, José Palmeira prevê que nestes encontros do Presidente da República com os partidos, Marcelo Rebelo de Sousa procure “exercer alguma influência no sentido de os flexibilizar para estarem abertos à negociação”. “Caso contrário, o Presidente é confrontado com uma crise e se calhar o cenário vai ser dissolver outra vez o Parlamento e convocar novas eleições”. A acontecer só dentro de meio ano, uma vez que a Constituição não o permite antes deste periodo temporal.

Para José Palmeira, Luís Montenegro vai ser indigitado primeiro ministro e a AD vai apresentar um programa que vai “sacrificar algumas medidas mais polémicas”, designadamente a baixa de impostos, nomeadamente o IRC nas empresas, isto porque para viabilizar o seu programa “vai ter que fazer cedências”.


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Elsa Moura
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