Montenegro anuncia em Braga “sete decisões” para o país

Luís Montenegro, líder do PSD e primeiro ministro de Portugal em funções, anunciou sete novas medidas que o atual governo pretende implementar proximamente, focando-se sobretudo na segurança e na educação. Perante uma sala cheia de militantes sociais democratas e a presença de representantes de praticamente todos os partidos, Montenegro acentuou que “este foi um congresso histórico” de um partido que promoveu uma jornada de discussão “livre e profunda” com um “debate pela positiva”. “Não insultamos nem diminuímos ninguém. Fazemos política de forma civilizada”, numa mensagem que quis certamente passar para alguns representantes da oposição presentes na sala.

Num arranque de discurso voltado para agradecimentos, pouco tempo Luís Montenegro dedicou a mensagens em torno das eleições autárquicas de 2025. Referindo-se à ANAM – Associação Nacional de Municípios e à Associação Nacional de Freguesias, o social democrata afiançou que para o PSD “os municípios e as freguesias serão sempre parceiros permanentes na promoção de políticas públicas”.

“Foco e esperança” são as “palavras-chave” disse ainda para sustentar que o partido que governa o país está “focado no essencial, nos nos problemas que afetam as pessoas e na procura de soluções”.

Disse ainda que representa um governo com “esperança no futuro, no talento dos portugueses, na capacidade inovadora e arrojada”.

Segurança, educação e mais verbas para vítimas de violência doméstica

Depois seguiu-se o anúncio de sete novas “decisões” que diz espelharem o caminho a percorrer. Começou pelo acordo “histórico” com Espanha na resolução de divergências pendentes, além do pagamento da água do Alqueva por parte dos agricultores espanhóis.

Em matéria de segurança garantiu que existirá “um reforço da proximidade e da visibilidade das polícias na rua”, assim como a incrementação “com maior abrangência de sistemas de videovigilância”, equipas multiformes para integrar a PJ, a PSP, a GNR, a ASAE, a ACT e a AT em articulação “para irem para o terreno combater sem tréguas a criminalidade vinolenta, trafico de drogas e imigração ilegal”.

No âmbito do apoio de vítimas de violência doméstica, Luís Montenegro anunciou que o governo vai duplicar o valor do apoio para autonomização das vitimas do crime, mais 25 ME para instrumentos de teleassistência e transporte e garantia imediata aos cuidados de saúde nas localidades de acolhimento das vítimas referenciadas.

A quarta medida respeita ao lançamento de “um grande projeto de reabilitação da área metropolitana de Lisboa.

Já sobre Educação e uma das medidas que mais aplausos arrancou entre os militantes sociais democratas está relacionada com a revisão do programa da disciplica de cidadania para, diz, “reforçar os valores constitucionais e libertar as amarras de projetos por fação”. No mesmo lote surge o anúncio da revisão dos programas do ensino básico e do ensino secundário, assim como o aumento da comparticipação pública por sala para alargar o acesso ao pré-escolar, além de novos contratos de associação.

Na área da saúde, os doentes que necessitam de medicamentos disponibilizados nas farmácias de hospitais centrais vão passar a aceder a essa mesma medicação na farmácia de proximidade “impedidindo que façam 100 ou 200km para levantar os medicamentos no seu hospital.

Luís Montenegro anunciou também em Braga a construção de dois centros de imigração temporária nas cidades de Lisboa e Porto para responder a entragas ilegais.

Referiu ainda o ensino superior e a captação de novo talento internacional com um programa específico dirigido ao estrangeiro. Para garantir a entrada de capital humano nas academias e nas empresas, uma medida que considera que pode assegurar condições para boa integração e, por conseguinte, “vencer um dos problemas mais estruturais do país que é a perda de competitividade.

A finalizar, o líder dos sociais democratas apela ao espírito de “conquista, inovação e descoberta” acreditando no potencial do país. “Não poderemos falhar ao nosso tempo nem podemos falhar a quem virá a seguir a nós”. 

“Vamos continuar a dar o nosso melhor”, notou. 

Direção de Montenegro eleita com 92,3% dos votos

A Comissão Política Nacional do presidente do PSD, Luís Montenegro, foi hoje eleita com 92,3%, superando a votação de há dois anos, quando a direção tinha conseguido 91,6% dos votos.

A lista da direção ao Conselho Nacional do PSD encabeçada pelo presidente da câmara de Lisboa, Carlos Moedas, obteve hoje no congresso maioria absoluta, conseguindo 46 dos 70 conselheiros, anunciou a Mesa do Congresso.

Este resultado significa um reforço em relação ao que tinha sido obtido pela direção de Luís Montenegro em 2022, quando elegeu 42 dos 70 conselheiros, 60% dos lugares, numa reunião magna a que concorreram sete listas ao Conselho Nacional.

Para o Conselho da Jurisdição Nacional (CJN), a lista da direção, encabeçada pela ministra da Saúde Ana Paula Martins foi a mais votada, conseguindo seis dos nove lugares deste órgão.

A lista B, liderada por José Miguel Bettencourt, elegeu três elementos.

No 42.º Congresso de Braga, a direção conseguiu 65% dos lugares ao Conselho Nacional, embora desta vez apenas concorrem quatro listas.

A segunda lista mais votada foi a encabeçada por João Gomes da Silva, com 12 conselheiros eleitos. A lista C, do antigo deputado André Pardal, conseguiu oito mandatos, e a lista D, do antigo líder da distrital de Setúbal Luís Rodrigues obteve quatro.

Na última reunião magna antes da eleição de Montenegro, em dezembro de 2021, concorreram 11 listas ao órgão máximo do partido entre Congressos, e a da direção de Rui Rio elegeu apenas 17 dos 70 conselheiros, correspondentes a 24%.

Em números absolutos, votaram hoje para o Conselho Nacional 693 delegados, 16 brancos e nove nulos.

c/Lusa