“Modelo de educação é a pedra de toque para lidar com fenómenos como a praxe”

Depois de a reitoria da Universidade do Minho ter aberto um inquérito interno para averiguar os contornos e os responsáveis do episódio da praxe decorrido em Dezembro, que envolveu estudantes do curso de Biologia e Geologia com uma pintura facial conhecida como “blackface”, Rui Vieira de Castro afirmou esta terça-feira, numa audição parlamentar, que “os instrumentos regulamentares que a Universidade tem (para lidar com estas situações) são suficientes”. “O regulamento disciplinar da UMinho prevê explicitamente situações deste tipo e é adequado para lidar com esta situação”, frisou o responsável, quando questionado pelos deputados sobre a capacidade da academia para responder a estes episódios.
O reitor adiantou ainda que o inquérito ainda decorre, uma vez que “vai requerer a identificação das pessoas”. “Temos que aguardar que o procedimento siga o percurso normal”, acrescentou.
O responsável máximo da academia considera “essencial o acompanhamento dos novos estudantes através de estruturas próprias”. “Não podemos julgar que por termos feito dois dias de acolhimento, onde veiculamos um determinado conjunto de princípios, seja suficiente. Não é de todo”, referiu.
Para Vieira de Castro, “é necessário prever mecanismos de acompanhamento e, uma vez mais, as estruturas representativas dos estudantes são importantes para detetar as situações mais críticas, no que diz respeito à colocação em causa dos princípios essenciais do funcionamento da instiuição”.
“A questão do modelo de educação é a pedra de toque para lidar com fenómenos como a praxe”, disse ainda o reitor.
Rui Vieira de Castro lembrou que “os estudantes são sujeitos em construção e cabe à Universidade apoiar essa construção pessoal, dotando-os dos intrumentos adequados”.
“Educar superiormente uma pessoas é educar na sua totalidade”,apontou.
Para o reitor, “a Universidade não se esgota nas atividades que têm lugar na sala de aula, havendo muitos outros contextos que são relevantes para a construção de um percurso mais rico, como as práticas desportivas ou culturais, que são essenciais e nas quais a UMinho faz uma aposta fulcral”.
O reitor da UMinho lembrou que a praxe é proibída, desde 2011, nos campi da UMinho e que a academia dispõe de um código de conduta ética e de um Conselho de Ética, que condenam qualquer prática de discriminação ou humilhação.
