Mercado temporário: agrada ou não aos comerciantes?

Há quem venda mais, quem venda menos e quem nã note diferença nas vendas. O Mercado Temporário, uma “opção política” do executivo liderado por Ricardo Rio, muito tem sido falado. O presidente da Câmara de Braga considera que foi uma boa solução para substituir o Mercado Municipal, enquanto as obras não terminam. A oposição critíca o dinheiro investido no espaço e as condições a que estão sujeitos os comerciantes.

Por isso, a RUM foi ao mercado perceber o que pensa quem ali está, diariamente, atrás da banca.

As opiniões dividem-se em alguns pontos, mas no que diz respeito ao estacionamento, aquele que consideram ser o principal entrave, é unânime. Assumido como um problema, que já se antevê que permaneça junto ao Mercado Municipal, o estacionamento é algo que “prejudica o negócio”.

Teresa Macedo é uma das comerciantes que ali vende, diariamente, o seu peixe. “À volta do mercado não há onde pôr o carro”, lamenta, garantindo que “muitos fregueses não metem o carro no parque porque se paga” e, por isso mesmo, o mercado havia de ter “um parque de estacionamento”. Da mesma opinião é Paula Faria. A vendedora de fruta diz que o estacionamento é “um caos”. “Lá (no mercado municipal) ainda vai ser pior, porque aqui ainda temos o parque à beira. Sempre pedimos que o mercado tivesse um parque de estacionamento, mas o presidente disse que estava fora de hipótese”, afirmou.

As cargas e descargas também parecem não ser fáceis. Segundo Cândida Fernandes, outra comerciante, essa é mesmo a grande pedra no sapato do mercado provisório. A avença mensal de 19,75€ não lhes dá acesso a lugar fixo, sendo esta uma reivindicação de alguns comerciantes: “cada vendedor deveria ter direito a um lugar certo”.

“Mercado provisório foi um bom remedeio e há pessoas que vendem mais”

Apesar disso, as vendas parecem não ter sofrido mexidas. “Eu não vendo nem mais nem menos”, garantiu Paula Faria. Do outro lado, na peixaria, Teresa Macedo mantém os clientes e diz “vender o mesmo que vendia”. Cândida Fernandes não tem dúvidas de que o mercado provisório foi “um remedeio muito bom”. “Eu não vendo pior do que vendia. Há pessoa que vendem mais aqui, está mais centrado”, frisou. A mesma sorte parece não ter Maria das Dores Correia que não está satisfeita com o lugar na peixaria.O espaço tem uma divisória que, segundo os comerciantes, lhes retira visibilidade. “Perdi os meu fregueses. Quem está à frente está bem. Tenho dias que nem 2kg de peixe vendo. Mas há quem venda muito”, apontou.

As condições, dizem, “são razoáveis”. Paula Faria diz que há “pouco espaço”, mas, lembra, “é uma situação temporária”. “Há mais higiene, apanhamos menos frio e, além de ser pequeno, é organizado”, acrescentou.

Teresa Macedo elogia a localização do espaço, mas concorda com Maria das Dores e critíca a divisão que existe na peixaria. “Para ser uma coisa temporária, não estamos mal”, afirmou.

Satisfeita com o espaço está Cândida Fernandes: “Não vamos dizer mal de uma coisa que está bem. Esta ideia foi muito boa”.

O PS considera que soluções mais económicas para as contas do município deveriam ter sido tidas em conta. A vereadora Helena Teixeira lembrou, na reunião de Câmara de segunda-feira, que “a recolocação dos comerciantes em vários edifícios comerciais vazios” era uma das sugestões dos socialistas. A ideia parece não agradar aos comerciantes. “Tenho a certeza que 90% dos comerciantes não queria. Aqui, está centrado. Dentro do razoável, estamos satisfeitos. Eu falo por mim e por quase toda a gente”, afirmou Paula Faria. Uma ideia partilhada pelas outras comerciantes com quem a RUM falou. “Não, mal por mal mais vale estarmos aqui, isto é de graça, nem se paga água, nem luz, nem aluguer”, finalizou Maria das Dores Correia.

O prolongamento das obras no mercado também parece não incomodar os comerciantes do mercado provisório. “Não faz diferença, é mais mês menos mês”, justificou Paula Faria. 

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Liliana Oliveira
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