Médico da UMinho diz que avanço no desconfinamento “é válido” mas defende fim de máscara na rua

O médico de saúde pública, Franciso Fernandes, considera o avanço no desconfinamento, anunciado pelo Governo esta sexta-feira, “um passo válido”, mediante a evolução da pandemia no país. 

O antigo estudante da Escola de Medicina da UMinho lembra que, apesar de haver casos de reinfeção da doença em pessoas vacinadas, o vírus “está cada vez mais inócuo, devido à vacinação”. “A maior parte das pessoas já tem algum grau de imunidade, o que não quer dizer que não vão ter a doença, mas será mais inócua”, justificou. 

Apesar de não haver garantias quanto ao futuro, e de nada nos garantir um novo recuo, “tudo aponta para que as coisas corram como é suposto”. Segundo o médico, “o padrão da doença está diferente”. “Temos uma covid que, devido à vacinação, é menos letal”. 

Por enquanto, o uso de máscara na rua continua a ser obrigatório e uma eventual alteração será decidida na Assembleia da República, face à lei em vigor até 12 de setembro.

Francisco Fernandes concorda com o fim desta medida, uma vez que “ao ar livre a renovação do ar é muito grande”. “Antes desta situação andávamos desprotegidos e estávamos expostos a agentes microbianos e a vírus, o que fazia com que ganhássemos imunidade a estes microrganismos. A máscara faz com que o nosso sistema imunitário não ganhe esta imunidade constante e faz com que possamos estar mais suscetíveis a apanhar outro tipo de infeções, por isso considero importante deixarmos as máscaras”, explicou.

No entanto, acrescentou, “é importante que as pessoas vacinadas continuem a cumprir quarentena, de modo a proteger as restantes pessoas, que podem não ter adquirido a imunidade ou podem não estar vacinadas”. Ainda assim, Francisco Fernandes diz que, “com o aumento da vacinação”, será “inevitável” este tipo de quarentena deixar de acontecer.