Marisa Matias. A defensora mais acérrima da Lei de Bases da Saúde

Apoiada pelo Bloco de Esquerda, parte para mais uma corrida a Belém com o estatuto de eurodeputada. Marisa Matias concorre às eleições presidenciais com o Serviço Nacional de Saúde no pensamento, mas ‘assombrada’ pelo voto contra do seu partido no Orçamento do Estado para este ano.

No dia em que anunciou a recandidatura, a bloquista assumiu-se como uma pessoa “socialista, laica e republicana”, que vai à luta pelas suas ideias, “ao lado de quem não desiste de Portugal”. Defensora do serviço público por natureza, a grande bandeira de Marisa Matias é o Serviço Nacional de Saúde. Não é por acaso que, em praticamente todos os debates, citou a mais recente Lei de Bases da Saúde e os seus autores, António Arnaut e João Semedo.

Apesar de elogiar o trabalho do atual Presidente da República em matérias como o apoio aos sem-abrigo ou aos cuidadores informais, algo que foi visível no frente-a-frente entre ambos, o setor da saúde é um dos que causa maior divergências entre os dois.

“Marcelo aceitou um regime financeiro que se foi esvaindo em privatizações e negócios e eu quero uma banca pública de confiança; ele quer um sistema de saúde concedido em parte a hospitais privado e eu quero um Serviço Nacional de Saúde de qualidade para todos”, referiu no dia em que apresentou a candidatura.

O emprego pleno, o fim da precariedade e o respeito pelo salário e pela pensão são outras das medidas defendidas por Marisa Matias, que promete também “combater o medo” causado pelos extremismos.

Há cinco anos, a candidata bloquista reuniu a preferência de 10,12% dos eleitores, ficando na terceira posição. Agora, de acordo com as sondagens, a luta será pela quarta posição com João Ferreira, acumulando entre 4% e 6,5% das intenções de votos.