Marcelo Rebelo de Sousa: “Não houve a antevisão da terceira vaga”

Com o aumento galopante dos números da pandemia em Portugal, os candidatos às eleições presidenciais concordam com o aproveitamento de toda a capacidade instalada. O combate à atual situação sanitária esteve em destaque no último debate, organizado e moderado esta segunda-feira pela Antena 1, Rádio Renascença e TSF.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “existiu a sensação de que não iam ser necessários tantos recursos privados
como acabaram por ser”, reconhecendo que “não houve a antevisão da terceira vaga”. O atual detentor do cargo de Presidente da República admite também que “ainda não está a ser utilizada toda a capacidade das Forças Armadas”, mas alerta que “os privados não têm tanta margem de manobra como se pensa”, sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo.
Marcelo Rebelo de Sousa deixa a porta entreaberta à requisição civil, mecanismo que já deveria ter sido aplicado segundo Ana Gomes e Marisa Matias. Para a candidata apoiada pelo PAN e pelo Livre, o chefe de Estado teria que “reforçar a mão do Governo na negociação com os privados para a disponibilização de recursos”. Outro problema apontado é a escassez de recursos humanos, lamentando que “muitos profissionais de saúde foram empurrados para os privados ou para o estrangeiro fruto do desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde”.
Já a candidata que conta com o apoio do Bloco de Esquerda diz que é preciso “mobilizar todos os meios”, justificando com o facto de se estar a viver “o momento mais difícil desde o início da pandemia”. Marisa Matias lança ainda uma farpa a André Ventura, presidente do Chega, que não esteve no debate, invocando motivos de agenda, “por não querer dar justificações sobre a realização de eventos sem cumprir as regras da Direção-Geral da Saúde”.
Nesta área, a intervenção de João Ferreira foi na mesma linha. O candidato suportado pelo PCP defende “o reforço das equipas de rastreio responsáveis por detetar as cadeias de contágio” e “o aumento da capacidade de resposta da unidades de saúde, tal como o Orçamento do Estado prevê”.
Por seu turno, Tiago Mayan Gonçalves volta a insistir nos danos causados em todos os doentes. “Há problemas de saúde que não são apenas da Covid-19. Estamos a enfrentar milhares de mortes não covid que seriam evitáveis”, argumenta o candidato apoiado pela Iniciativa Liberal, referindo que era necessária uma melhor coordenação entre o sistema público e o privado.
Já Vitorino Silva prefere centrar a discussão na campanha presidencial. O líder do RIR – Reagir, Incluir e Reciclar considera que “os políticos devem descer à terra” e “ficar onde está o povo, em casa”, tal como o próprio tem feito.
“Não devia haver campanha na rua. Os políticos não devem ter mordomias que o povo não tem”, conclui.
