Mais de cem pessoas identificadas a viver ilegalmente em garagens e lojas

Os serviços de Fiscalização do Município de Braga identificaram mais de uma centena de pessoas a viver, ilegalmente, em lojas ou garagens do concelho, só no último mês e meio. O número foi revelado pelo autarca Ricardo Rio, na reunião de executivo desta segunda-feira. O assunto foi levantado pelos vereadores socialistas, a propósito da denúncia pública feita por Ricardo Silva, presidente da Junta de Freguesia de S. Victor, no programa Campus Verbal, na semana passada.
Os vinte processos distintos por habitação ilegal situam-se, sobretudo, na malha urbana e, segundo Ricardo Rio, “a imigração é apenas uma parte” já que “há também bracarenses nesta situação”. “No conjunto, estaremos a falar de mais de uma centena de pessoas. É uma situação mais comum nas freguesias da malha urbana, onde existem mais espaços comerciais”, nota. As motivações estão relacionadas, por exemplo, “com situações de despejos de contratos de arrendamento de longa duração que, de repente, passaram a ter valores muito mais caros do que aqueles que as pessoas podiam comportar”, respondeu quando interpelado pela comunicação social local. No caso da comunidade estrangeira, o autarca admitiu que em causa está a “impreparação” de quem vem.
Ainda segundo o autarca, os diferentes casos estão a ser articuladas com a Bragahabit e com a Segurança Social.
Vereadores socialistas sugerem mais articulação entre os presidentes de junta e a câmara municipal
O autarca social democrata abordou o assunto quando questionado pelos vereadores socialistas que dirigiram algumas críticas à abordagem do próprio município. “A situação da pobreza extrema, camuflada e de indignidade com que algumas pessoas vivem na cidade de Braga é um assunto que diz respeito a todos os partidos e tentar pôr o ónus da responsabilidade na denúncia da população não nos parece a melhor solução”, começou por referir Ricardo Sousa a propósito do apelo lançado pela autarquia para que os cidadãos denunciem casos que identifiquem.
O vereador lembra que “há no terreno instituições capazes de o fazer e mais próximas, como é o caso das juntas freguesia”. “Nestas freguesias centrais que há esse problema de algumas famílias dormirem em lojas ou em garagens, os presidentes da junta se calhar são os primeiros a tomar conhecimento dessa realidade e numa articulação com o município tentar resolver”, sugere.
