Maioria dá luz verde a concurso para empreitada da residência universitária Confiança

A Câmara Municipal de Braga (CMB) deu hoje mais um passo para a concretização da nova residência universitária em Braga que permitirá duplicar a oferta pública de camas para estudantes universitários. O concurso público para a empreitada na antiga Fábrica Confiança está agora em condições de avançar.

O ponto contou com o voto favorável da maioria e dos vereadores do PS e com a abstenção da vereadora da CDU. Bárbara de Barros optou pela abstenção por discordar da forte possibilidade de o novo edifício a erguer ter uma volumetria considerável.

A obra resultará em mais de 700 camas dirigidas a estudantes da Universidade do Minho e do IPCA. O projeto direciona ainda 1300m2 para a preservação e mostra do espólio da antiga saboaria e de outras valências de acesso público, no edifício atual.

Construtoras de Braga manifestaram interesse no projeto


Durante a discussão deste ponto, a vereadora Olga Pereira aproveitou o momento para elogiar o “trabalho intenso ao longo dos últimos meses”, por parte dos técnicos do município e da UMinho. “O projeto está muito bem feito, mas é indicativo. Os concorrentes terão que se conformar com o PIP (Pedido de Informação Prévia) e com o que está aprovado. Não pode ultrapassar os rácios definidos. Se o concorrente quiser fazer um volume menor, pode, mas tem que respeitar os critérios. É uma candidatura complexa e na qual valorizamos muito o número de camas e outros fatores técnicos”, assinalou a responsável com a pasta das Obras Municipais.

Depois da reunião de executivo e já em declarações aos jornalistas, Olga Pereira afiançou o interesse de construtoras de Braga na execução da empreitada. “Existem no concelho de Braga empresas habilitadas a concretizarem uma obra desta dimensão. Em termos competitivos, uma empresa que não tenha que deslocar mão-de-obra e materiais para fora da sua área estará em boas condições de responder e, portanto, priveligiará certamente uma obra no seu concelho em vez de uma obra fora daqui”, constatou. Segundo a vereadora, ao município chegaram manifestações de vontade e dúvidas para esclarecer por parte de várias empresas bracarenses na área da construção civil.

“É um dos maiores investimentos públicos em Braga nas últimas décadas” – Ricardo Rio


O presidente do Município de Braga assinala a obra “absolutamente emblemática” por força do seu investimento público, – mais de 25 Milhões de Euros, lembrando que nas últimas duas décadas, investimentos públicos e municipais desta envergadura só mesmo o Hospital de Braga, a requalificação do Theatro Circo e a construção do Estádio Municipal.

Realçando o facto desta obra permitir duplicar a oferta pública de alojamento dirigido a estudantes universitários, Ricardo Rio saúda a requalificação de um edifício emblemático para a cidade de Braga. O autarca acredita ainda que esta reabilitação vai contribuir para a regeneração de toda a zona envolvente.

Socialistas saúdam preservação de espaço para exposições e espólio da antiga saboaria


Já os vereadores socialistas conseguiram aprovar uma adenda referente ao espaço museológico. “Preocupados” com o risco de algum dos projetos acabar por dividir o open space do edifício dedicado à zona museológica da antiga fábrica, os socialistas viram aprovada uma adenda ao texto inicial.

“Temos carências gritantes na cidade, nomeadamente para exposições de grandes formatos (de fotografia, de pintura, de escultura)”, começou por assinalar Adolfo Macedo para depois sugerir a salvaguarda desse espaço nos 1300 m2 do edifício onde está previsto a implantação do museu. “Pode haver um concorrente que pode dividir esse espaço em espaços mais pequenos, o que inviabilizaria a utilização para exposições de grande formato”, argumentou.

Os socialistas sugeriram ainda a integração de um arquiteto no júri. Segundo a vereadora Olga Pereira, a ausência desta classe nos membros do júri acontece após a Ordem dos Arquitetos ter recusado o convite para tal.

Já Artur Feio diz que o PRR “vem em boa hora” e lembra a tentativa de alienação deste património por parte da maioria na Câmara Municipal de Braga num passado recente. O socialista sugere ao Município de Braga que comece já a antecipar o impacto que aquela zona terá com duas residências instaladas e a circulação adicional de cerca de mil pessoas. “Devemos pensar numa solução efetiva para a Quinta da Armada, a Rua Nova de Santa Cruz e a ligação à Avenida Júlio Fragata”, aconselhou.

CDU absteve-se por discordar de um novo edifício de sete andares


Ainda que o fim seja elogiado pela CDU, a vereadora Bárbara de Barros discorda apenas do facto de o novo edifício a costruir vir a ter até sete pisos de altura. “O PIP permite ir até aos sete pisos e é por esse motivo, por não estarmos exatamente de acordo com esta opção arquitetónica, que nos abstivemos”, justificou.

A vereadora realça a salvaguarda do edifício, ainda que a gestão da residência seja da responsabilidade da Universidade do Minho. “É algo que nos agrada. Esperemos que seja o mais aberto possível à comunidade e ao movimento associativo cultural. A salvaguarda daquele edifício como está, é, provavelmente, a maior vitória destes últimos anos de tanta insistência popular”, finalizou.

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Elsa Moura
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