Maioria da Direcção da Quercus exige saída do presidente

Menos de um ano depois de tomar posse para o primeiro mandato, o actual presidente da Quercus não reúne unanimidade no seio da direcção. A situação foi confirmada pela coordenadora do Núcleo Regional da Quercus de Braga, em entrevista ao programa da RUM, Campus Verbal. A direcção nacional é constituída por nove elementos, mas cinco dos seus dirigentes “está dissonante com Paulo do Carmo, que desde Setembro de 2019 não comunica com os restantes dirigentes, acabando por tomar decisões sozinho”, admitiu Aline Guerreiro.

A coordenadora do núcleo regional da Quercus Braga não descarta no futuro uma candidatura à Quercus nacional, ainda que sublinhe que “há várias possibilidades em cima da mesa”. “Vamos ver o que é que vai acontecer. Neste momento o que queremos mesmo é que a Quercus tenha um caminho mais democrático, mais colegial, mais saudável, mais comunicativo com os seus sócios e que respeite o seu verdadeiro princípio, que é a conservação da natureza”, reitera.

O parecer favorável da Quercus ao Aeroporto do Montijo é um dos assuntos fracturantes. Aline Gerreiro admite que “há divergências internas sobre esta questão muito sensível”. “Somos uma associação democrática, cada um tem a sua opinião. O presidente acaba por ser quem emite o comunicado final, mas tem havido mal-estar porque esta situação não tem sido equilibrada entre todas as partes”, revela.

A associação sem fins lucrativos que surgiu em 1985 está a atravessar um período interno conturbado e a esperança de cinco dos dirigentes é que tudo fique resolvido na próxima Assembleia Geral, agendada para Março de 2020.  Se até Março Paulo do Carmo não se demitir, a direcção pondera uma demissão em bloco em sede de Assembleia Geral que está prevista para esse mês.


Em Novembro de 2019, os mesmos elementos da direcção apresentaram uma “queixa formal” contra o presidente da associação ambientalista ao Conselho Fiscal e Comissão Arbitral, referindo “ameaças” e “favores partidários”.


Paulo do Carmo reagiu, na altura, acusando os “poderes instituídos” da associação de se “sentirem ameaçados” por uma auditoria solicitada “aos últimos quatro anos”, quando a Quercus era liderada por João Branco, um dos autores da queixa.

Na queixa, os dirigentes pedem uma avaliação ao “comportamento” do actual presidente da Quercus, Paulo do Carmo, que “se opôs à divulgação de um comunicado” a desmentir o apoio da associação a uma urbanização na Quinta de Braamcamp, no Barreiro, distrito de Setúbal, veiculada pelo PS local num “comunicado oficial”.

Nos documentos dirigidos no dia 19 ao Conselho Fiscal e à Comissão Arbitral, os cinco dirigentes dizem existir “fortes indícios de um favor partidário de Paulo do Carmo ao PS Barreiro”.

A direção da Quercus é formada por nove elementos, incluindo o presidente Paulo do Carmo.

Contactado pela Lusa, João Branco, que presidiu à Quercus até às eleições de março e se mantém na direção da Quercus como tesoureiro, admitiu existir “descontentamento de membros da direção” com o atual líder.

João Branco afirmou que “o papel da associação não é promover ou apoiar empreendimentos imobiliários”.

Paulo do Carmo, de 54 anos, é licenciado em Direito com especialização em Direito do Ambiente. Em Março de 2019 sucedeu no cargo a João Branco, que estava na presidência desde 2015. 

A Direção Nacional da Quercus tem como Vice-Presidentes Paula Silva e Nuno Sequeira. João Branco é Tesoureiro, Pedro Santos Secretário, e Ricardo Nabais, Diogo Lisboa, Aline Guerreiro e Miguel Feio são Vogais. 


com Observador

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Elsa Moura
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