Lirensemble. Projeto liderado pela UMinho pretende ser “antídoto da desinformação”

Combater a falta de leitura e interrogar os europeus sobre a sua identidade. Estes são alguns dos objetivos do projeto francófono liderado pela Universidade do Minho: “Lirensemble – Reading Communities, Shaping Identities”.
Esta quinta-feira, foi lançado o site oficial do projeto que une a UMinho e a Universidade do Porto com as instituições de ensino superior europeias de Antuérpia (Bélgica), Cádis e Valência (de Espanha), Masarykova (Chéquia), Pazmany Peter (Hungria), Paris-Nanterre e Paris 3 (França) e, por último, Roma Sapienza (Itália).
Maria de Jesus Cabral, investigadora responsável da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas, adianta os três pilares do trabalho que irá incluir estudantes.
“Está previsto um colóquio que será realizado numa das universidades parceiras e em que participam os docentes e investigadores do projeto. Essa atividade está inserida na dimensão de investigação. O segundo pilar está relacionado com os ´Programas Intensivos` que irão decorrer todos os anos. O próximo já no mês de julho irá decorrer em Budapeste. Será uma semana de programa intensivo com dois estudantes de cada uma das universidades parceiras. Estas duas dimensões irão culminar na famosa antologia que será publicada na plataforma Lirensemble e que terá 100 textos”, explica.
A plataforma será alimentada, nos próximos três anos, com aulas online, podcast criados por estudantes e leituras em várias línguas. A responsável descreve o projeto como um “antídoto à desinformação”, visto que o trabalho pretende criar uma comunidade interpretativa em que os participantes serão questionados sobre “como se lê nos dias de hoje”.
O projeto “Lirensemble – Reading Communities, Shaping Identities”, é cofinanciado em 250 mil euros pelo programa Erasmus+ até 2026. O primeiro programa intensivo, em que vão participar dois estudantes de cada uma das universidades parceiras, está prevista para julho, em Budapeste.
Recorde-se que segundo um inquérito conduzido pela Fundação Gulbenkian e pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, em 2022, a percentagem de inquiridos que não leu um único livro impresso é de 61%. Menos ainda leu em formato digital, fixando em apenas 10%. Aqueles que leem, fazem-no por prazer (68%).
