José Palmeira: “O maior adversário de Marcelo poderá ser a abstenção”

A abordagem do docente e investigador de Ciência Política da Universidade do Minho às eleições presidenciais.

Mais do que outro candidato, o investigador José Palmeira considera que o maior desafio de Marcelo Rebelo de Sousa poderá ser o combate à abstenção. O especialista comentou as últimas sondagens da Aximage e da Pitagórica referentes às eleições presidenciais, conhecidas entre domingo e segunda-feira.

As projecções dão a vitória ao actual presidente, com um valor que oscila entre os 61% e os 67%. Já a taxa de abstenção ultrapassa os 60% – em 2016 cifrou-se nos 51,3%. Apesar de “haver sempre uma margem de erro associada”, o docente de Ciência Política da Universidade do Minho refere que “tudo indica que Marcelo Rebelo de Sousa vai ganhar logo na primeira volta”.


Posto isto, José Palmeira aponta a taxa de abstenção com um dos principais problemas associados à recandidatura do actual Presidente da República. “Quando um candidato apresenta uma margem tão folgada, leva o eleitorado a desmobilizar. Ainda por cima vivemos numa época de pandemia e, com receio de irem votar, as pessoas podem ficar em casa”, acrescenta.


Atrás de Marcelo Rebelo de Sousa aparece Ana Gomes, com valores entre os 13 e os 15%, seguida de André Ventura, reunindo entre 8 e 11% da preferência. Quanto à quarta posição, de acordo com a sondagem da Aximage, é ocupada por João Ferreira, com os números a variarem entre os 2,8% e os 7,5%. No entanto, segundo a Pitagórica, é Marisa Matias que surge nesse lugar (4,5% a 5,6%).


No entender de José Palmeira, o líder do Chega “concentra os votos de muitos eleitores descontentes”, daí que esteja à frente de candidatos apoiados por partidos mais antigos, como o Bloco de Esquerda e o PCP. 


“Quando não existia o Chega, os candidatos ligados ao Bloco de Esquerda e o PCP captavam os votos dos descontentes. Agora, o Chega consegue penetrar nesse eleitorado”, refere, assinalando que algumas dessas pessoas podem também escolher Vitorino Silva, como aconteceu em 2016.


Já Tiago Mayan Gonçalves reúne entre 1,1% e os 1,7% das intenções de voto e o líder do RIR conta com 0,8%. As eleições presidenciais decorrem a 24 de janeiro.

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Tiago Barquinha
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Carolina Damas
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