João Rodrigues lança pacto de verdade com bracarenses e apela à convergência

O novo presidente da Câmara Municipal de Braga, João Rodrigues garante que vem para trabalhar, e para trazer ambição, rigor, disciplina e visão, mas também humildade. Num discurso formal, mas emocionado, o autarca de 38 anos, – que terá pela frente uma governação complexa e arriscada, – que poderá em parte depender da convergência dos seus opositores, voltou-se para os cidadãos, mas também para aqueles que assumem responsabilidades políticas a partir daqui, apelando à “maturidade” e ao “dever de convergência e da defesa do bem comum.


Ao final da tarde desta segunda-feira e na sala principal do Theatro Circo, João Rodrigues falou para o concelho, mas também para os adversários políticos e apelou ao sentido de responsabilidade, incluindo daqueles que têm pontos de vista diferentes.

Governar em minoria é um dos cenários em cima da mesa, mas o novo presidente vai convidar o primeiro eleito de cada uma das forças políticas para iniciar eventuais negociações, algo que não mencionou no seu discurso, mas que revelou depois à imprensa local.

A cerimónia juntou na primeira fila o agora presidente cessante, Ricardo Rio, e Mesquita Machado, os dois autarcas que governaram Braga nos últimos cinquenta anos. Para muitos, Mesquita Machado terá sido a grande surpresa da sessão. E foi do palco da sala principal do Theatro Circo que o novo presidente se dirigiu aos seus antecessores para anunciar que pretende homenageá-los com a atribuição da chave de honra da cidade.

João Rodrigues declarou que inicia funções para se ocupar das pessoas e não para ocupar o poder. “Tomo posse como presidente de todos os bracarenses sem exceção e o primeiro compromisso é estabelecer um pacto de verdade com cada um dos bracarenses, através do qual me comprometo a dizer a verdade, a ouvir com atenção e a responder às expetativas com resultados”, assinalou.

O novo presidente do município de Braga dirigiu-se aos cidadãos para lhes dizer que exijam, que critiquem, mas que também contribuam com ideias. Sugeriu “paciência ativa”, notando que “decidir bem exige que se explique melhor, outras vezes exige mudar de caminho”. “Fiquem por perto, falem connosco, ajudem-nos a acertar a mão”, apelou. Ainda na onda de apelos assinalou que “a crítica sincera é um serviço”, sugerindo que essa participação permita “ideias, problemas e soluções” porque “a democracia local precisa de rostos e não de fantasmas”.

João Rodrigues vai homenagear Mesquita Machado e Ricardo Rio

O autarca social democrata constatou que é possível uma governação plural. 

“Em muitos pontos e em muitas áreas, os programas eleitorais das principais candidaturas não são de modo algum inconciliáveis. Pelo contrário, por diferentes caminhos podemos e devemos traçar objetivos comuns, dar tempo à cidade, cuidar do espaço que é de todos, abrir a autarquia, envolver as pessoas. Há muita matéria para avançarmos no sentido de uma governação forte e plural. Não peço unanimismo, peço maturidade. Não peço desistências, peço cooperação, a minha porta estará aberta a quem quiser servir Braga com seriedade”, afiançou.

João Rodrigues não utilizou o momento do discurso para detalhar medidas, mas lançou um conjunto de ideias para o modelo de governação que pretende implementar nos próximos quatro anos. Diz que proporcionar qualidade de vida aos bracarenses será um desígnio da governação.

Uma das surpresas da cerimónia de instalação dos novos órgãos sociais foi o anúncio da atribuição da chave de honra da cidade a Ricardo Rio e a Mesquita Machado, seus antecessores. Justifica o gesto que “não é pessoal mas institucional” para “afirmar um princípio simples: Braga é sempre maior do que as nossas diferenças”.

Agradeceu a Ricardo Rio “a ambição e a imensa energia com que projetou Braga” e a Mesquita Machado pelo “sonho de afirmação que legou, a coragem de querer mais quando parecia difícil querer tanto”. Falou de “dois homens diferentes, de tempos e estilos diferentes” para referir que a política adulta “sabe que não há futuro quando o passado é escondido ou esquecido” e “sabe que só há futuro quando o passado é aceite e respeitado”.

Eis o novo executivo municipal empossado


Tomaram posse no executivo municipal de Braga João Rodrigues (Presidente), Altino Bessa, Hortense Santos, pelo PS/PAN: Catarina Miranda Basso Marques, Pedro Sousa e Martinha Ribeiro da Rocha, e pelo movimento Amar e Servir Braga: Ricardo Silva, Mário Meireles, Marta Mendes. Rui Rocha e Filipe Aguiar representam IL e Chega, respetivamente.

Autarca vai convidar primeiro eleito de cada candidatura para reunião negocial tendo em vista o futuro da governação.

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Elsa Moura
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Carolina Damas
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