João Barrento: “O mais importante foi aquilo que demos aos outros”

João Barrento recebeu esta quinta-feira o Prémio Vida Literária Vítor Aguiar e Silva. O galardão, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores (APE), em parceria com a Câmara Municipal de Braga, premeia, a cada dois anos, um poeta, ficcionista ou ensaísta português, com um valor de 20 mil euros.
Na cerimónia realizada no salão nobre dos Paços do Concelho, João Barrento agradeceu a distinção com um poema do dramaturgo alemão Brecht e falou da importância deste momento. “O melhor que posso fazer para vos agradecer este prémio é lembrar que o sentido de uma vida se vislumbra quando percebemos que o mais importante foi aquilo que demos aos outros”, começou por dizer.
O tradutor revela que a língua alemã tem a mesma palavra para prémio e para preço, ‘Preis’. “O prémio que se recebe tem o seu preço, sentimos que temos de retribuir condignamente”, explica. Para o autor, o preço desta distinção é “o de não poder adormecer à sombra dos louros”.
Este reconhecimento, deliberado por unanimidade pela direção da APE, é justificado pelo “percurso notável, seja enquanto académico e cronista no espaço mediático ao longo de muitos anos, seja pelas suas traduções de grandes poetas”, assinala o presidente da associação, José Manuel Mendes.
O presidente da Câmara Municipal espera que este reconhecimento sirva de incentivo aos autores portugueses “para que no futuro sejam apresentados trabalhos da mesma qualidade”. Ricardo Rio saliena ainda que este prémio é “testemunho do compromisso de Braga para com a literatura e com os autores através dos inúmeros projetos que o município desenvolve”.
