Joana Castro apresenta espetáculo de dança autobiográfico sobre a ideia de morte

O Theatro Circo retoma esta sexta-feira, a partir das 21h30, o ciclo ‘A Dança Dança-se com os Pés’. A protagonista é Joana Castro, que apresenta ‘Rite of Decay’.
Com o foco no tema da morte, não necessariamente física, a performance aborda o caráter transformador que os diferentes tipos de luto implicam. Em entrevista à RUM, a coreógrafa e bailarina explica que em causa está “a ideia de extinção ou de fim, de algo que desaparece”.
Joana Castro apresenta-se sozinha em palco, sendo também por isso um trabalho autobiográfico. Atendendo ao assunto, a artista considera inevitável pensar em “pessoas muito próximas, como amigos ou familiares, que já morreram”. No entanto, acompanha também outra dimensão, como “o término de relações, encontros e ciclos”.
“É um luto que te leva a uma transformação individual, ao repensar da tua própria existência. Qual é o lugar que ocupas agora, sendo que este ser deixou de existir na tua vida?”, questiona, desenvolvendo a ideia.
Após a primeira edição em 2015/2016, a iniciativa ‘A Dança dança-se com os pés’ está de volta ao Theatro Circo. Além do espetáculo propriamente dito, Joana Castro dinamizou um workshop no último domingo e uma tertúlia esta quarta-feira sobre o processo de criação da peça.
Olhando para o nome do ciclo, a artista fala de “uma frase provocatória”, que tem o objetivo de “questionar a ideia de que a dança consiste única e exclusivamente num corpo a mover-se ou a dançar ritmicante”. “Será que a dança só se dança com os pés ou há outras dimensões envolvidas?”, lança a pergunta.
