IPLEXMED. A startup que quer transformar o diagnóstico de infeções respiratórias a partir de casa

Um dispositivo que irá permitir um diagnóstico mais célere de infeções respiratórias, quer nos serviços de urgência dos hospitais quer em casa, e uma diminuição em 40% dos custos com hospitalizações, nomeadamente, em cuidados intensivos. Estes são os objetivos da startup IPLEXMED, uma startup que nasceu em 2021, mas cuja ideia de negócio surgiu em 2017 durante o Hackathon que reuniu investigadores do INL e do ICVS – Instituto de Investigação em Ciência da Vida e Saúde da UMinho.

A plataforma está em processo de validação clínica, sendo que em termos de eficácia no diagnóstico de patologias como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica ou bronquiectasias, será idêntica aos PCR utilizados para o diagnóstico da covid-19. Em entrevista ao UMinho I&D a co-fundadora da IPLEXMED, Neide Vieira, adianta que neste momento estão a fechar o design final do produto para seguir com os “testes de performance com o 2CA e outras entidades” a nível nacional e internacional, visto que uma das metas da empresa passa por entrar no mercado Europeu e Norte Americano.


IPLEXMED espera chegar ao mercado português no início de 2026.


A startup minhota está a desenvolver um dispositivo constituído por um leitor eletrónico, semelhante ao utilizado por doentes com diabetes, e por cartuxos descartáveis que quando em contacto com uma amostra não invasiva, expetoração, permite realizar a sua análise em pouco mais de 30 minutos. Para além de mais rápida, a equipa pretende com esta solução resultados mais corretos, de modo a combater outra problemática no setor da saúde, a resistência aos antibióticos.

“Pretendemos introduzir (o dispositivo) na prática clínica nas urgências dos hospitais. A nossa missão é depois ter estes dispositivos em casa de pacientes”, refere. Para estes casos, a equipa está a trabalhar no envio dos resultados “via cloud” para o clínico, de modo a que possa prescrever o melhor tratamento remotamente sem necessidade de o paciente recorrer a um hospital.

As doenças respiratórias crónicas são a terceira causa de morte a nível mundial. Atualmente cerca de 14% da população está em risco. Anualmente são registadas perto de 3 milhões de mortes prematuras devido a infeções respiratórias. 

IPLEXMED estima diminuir em 40% os custos com hospitalizações nos cuidados intensivos.

A IPLEXMED venceu o sétimo programa de aceleração da StartUp Braga. Este dispositivo que pretende chegar para transformar a forma de diagnóstico de doenças respiratórias, irá oferecer uma maior monitorização dos pacientes que levará a ações, por parte dos clínicos, mais “informadas e seguras”, ou seja, conhecido o agente já não será necessário uma medicação de largo espetro, o que resultará num tratamento mais eficaz e rápido.

Questionada sobre a possibilidade de diminuir a pegada deste dispositivo, visto que são utilizados cartuxos descartáveis, Neide Vieira realça que a equipa tem “uma consciência ecológica muito acentuada”, sendo essa diminuição um dos objetivos da equipa.

“Os cartuxos poderão ser modificados para identificar agentes microbianos ou outras condições. Temos também interesse em explorar doenças sexualmente transmissíveis e monogenéticas”, avança ao UMinho I&D.

Quanto à malária, que esteve no início da IPLEXMED, poderá ser uma aposta, mas tudo irá depender de financiamento.

Para chegar ao mercado, em 2026, a IPLEXMED necessita de cerca de 4 milhões de euros.

A IPLEXMED venceu o Born from Knowledge Awards da ANI. Em 2022, o RIS Innovation Awards e, em 2023, o Innostars, ambos do EIT Health atribuídos pela União Europeia.


– PODE OUVIR A ENTREVISTA COMPLETA AO UMINHO I&D AQUI – 

Partilhe esta notícia
Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Music Hal
NO AR Music Hal A seguir: Espaço RUC às 07:00
00:00 / 00:00
aaum aaumtv