Investir na manutenção das infraestruturas, sim. Novo aeroporto e TGV não

São infraestruturas que vão alavancar outras áreas da economia portuguesa, mas a questão é será este o melhor momento para avançar com a construção do aeroporto do Montijo e retomar o projecto de ligação entre o Porto e Lisboa por TGV?
José Campos e Matos, investigador do Instituto de Sustentabilidade e Inovação em Engenharia Estrutural da Universidade do Minho, defende, em declarações ao UM I&D, que a prioridade do Governo deveria passar pela manutenção da rede de infraestruturas.
As recomendações não ficam por aqui, o docente do departamento de engenharia civil, frisa a necessidade de “criar condições de adaptação e ajuste para situações como a pandemia que vivemos, mas também para incêndios e cheias”.
Para além disso, refere ser premente uma maior aposta na transição digital e no Serviço Nacional de Saúde. Não esquecendo as questões ambientais, visto que este tem sido um sector muito pressionado devido ao aumento do lixo descartável por causa do novo coronavírus.
O docente frisa que nos próximos anos o mundo, e em particular Portugal, pode voltar a ser afectado por um novo coronavírus ou MERS. Para que a população não volte a ser apanhada desprevenida, o docente defende uma “maior apostar em mecanismos de mitigação de riscos biológicos”.
O investigador espera que o Governo canalize alguma verba dos cerca de 45 mil milhões de euros que vão chegar de Bruxelas para as start-ups. Para José Campos e Matos estes podem ser tempos de grandes oportunidades para estas empresas “menos pesadas” que já estão um passo à frente no que diz respeito à transição energética.
Portugal esteve acima da média na resposta, numa primeira fase, à pandemia de Covid-19.
Esta é uma das conclusões do estudo mundial sobre o impacto do novo coronavírus na gestão de infraestruturas críticas como sistemas hospitalares, de transportes, de energia, de telecomunicações, de distribuição e financeiros. O projecto é coordenado pelo professor do departamento de engenharia civil da Universidade do Minho e presidente da Associação Europeia de Controlo de Qualidade de Pontes e Estruturas, José Campos e Matos.
O responsável declara que Portugal conta com “boas infraestruturas”, fruto do investimento nestas áreas nos últimos 10-20 anos. Contudo, no futuro é fundamental o reforço da renovação das unidades hospitalares.
Já numa segunda fase, segundo o inquérito realizado junto de operadores e gestores de infraestruturas críticas, as medidas implementadas em algumas regiões não foram as mais assertivas o que originou surtos maiores.
Para realizar este estudo foi necessário avaliar os seguintes indicadores: existência de planos de mitigação de riscos biológicos, investimento em novas infraestruturas e manutenção das existentes e, por último, a rapidez com que as medidas de resposta à pandemia foram implementadas no terreno.
