Investigadores dizem estar mal representados na Reitoria, Senado e CG

A maioria dos investigadores da Universidade do Minho considera que a classe está mal ou muito mal representada na reitoria, no Senado Académico ou no Conselho Geral. A conclusão resulta de um estudo elaborado pela instituição minhota, que foi apresentado esta quarta-feira.

A maioria dos investigadores, acima dos 80%, considera importante a sua representatividade nos órgãos de governo da UMinho, sendo que é nos centros de investigação, no conselho científico da Unidade Orgânica (UO) e no conselho da UO que assumem estar mais bem representados.

O Conselho Científico da UO de pertença é aquele em que a maior percentagem de respondentes (93%) considera ser importante ou muito importante a participação de investigadores, logo seguidos da direção do centro de investigação (91%) e do Conselho da UO (90%). Em sentido inverso, consideram menos importante a representatividade da classe no Conselho Pedagógico e na presidência da UO.

De acordo com o documento, “74% dos respondentes indicou nunca ter participado” em atos eleitorais e os motivos mais mencionados foram o facto de “não ser elegível, falta de oportunidade ou de motivação”.

Para Nuno Cerca, “a falta de oportunidade prende-se com o facto de que muitas vezes estes órgãos, como o Conselho Geral, elege representantes dos estudantes, representantes dos funcionários e representantes dos investigadores e docentes”. “É muito difícil para muitos dos jovens investigadores conseguirem ser eleitos. Aliás, este é o primeiro ano em que nós temos três investigadores. Isto reflete-se em todos os órgãos”, acrescentou.

O conselheiro lembrou que “na atual proposta da reforma dos estatutos da Universidade do Minho, em certos órgãos a reitoria reconheceu esta falha e vão-se eleger-se alguns investigadores e alguns docentes, mas outros casos, não”.

Já a falta de motivação apontada pelos inquiridos poderá estar relacionada com o facto de os investigadores não quererem perder tempo com a causa comum quando “nem sequer têm garantida a possibilidade de manter o seu salário e a sua posição”. “As pessoas estão muito mais motivadas em desenvolverem o seu currículo científico, em orientarem alunos, conseguirem projetos ou fazerem patentes, porque é enriquecedor para o seu curriculum, mas a participação nestes órgãos não tanto”, apontou Nuno Cerca.

O vice-reitor para a Investigação, Eugénio Campos Ferreira, apenas lembrou que “a maior relevância da intervenção dos investigadores é no conselho científico das subunidades, algo que, desde 2019, está consagrado no DL-63, que obriga a que qualquer investigador doutorado integre os conselhos científicos das subunidades, e por essa via estejam habilitados para participar nos processos eleitorais”. 

Pode consultar o estudo aqui.

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Liliana Oliveira
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