Investigadores contestam precariedade na Ciência em manifestção nacional

Os bolseiros de investigação científica voltam a sair à rua para contestar a precariedade na Ciência. A manifestação nacional está agendada para 23 de outubro, em Lisboa. Sofia Lisboa, presidente da Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC), desafia o ministro da Educação, Ciência e Inovação a passar das palavras aos atos.

Depois de uma reunião com o ministro Fernando Alexandre, a ABIC lembra que o governante reconhece que “a precariedade é uma chaga e é preciso acabar com ela”. No entanto, e apesar de estar em negociação o novo estatuto da carreira de investigação, Sofia Lisboa considera que “não podemos ficar-nos por intenções”. “Não temos nenhuma proposta real para uma segunda edição do FCT Tenure ou a hipótese de este passar a ser um mecanismo permanente, para contratar para a carreira de investigadores”, acrescentou.

Para a presidente da ABIC, o FCT Tenure é insuficiente para dar resposta aos mais de cinco mil investigadores precários que existem em Portugal. “Temos hoje, como tínhamos há um ano, um sistema científico nacional assente na precariedade”, frisou. “Mais de 90% dos investigadores que produzem ciência no país”, isto equivale a “cinco mil investigadores com contratos precários”, mas “muitos mais” que nem um contrato têm. “O FCT Tenure é insuficiente, porque apresenta, numa primeira fase, 1100 vagas, para mais de cinco mil precários”, detalhou.

O Orçamento do Estado para 2025 desilude nesta matéria a Associação de Bolseiros e, por isso, os bolseiros e investigadores voltam a sair à rua, a 23 de outubro, em Lisboa, numa manifestação contra a precariedade na ciência. O protesto tem início em frente ao ministério da Educação, Ciência e Inovação, passa pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e termina em frente à Assembleia da República.