Investigadora da UMinho vence Medalha de Honra L’Oréal Portugal

A Medalha de Honra L’Oréal Portugal vai na sua 16ª edição e, pelo quarto ano consecutivo, um dos prémios vem para a UMinho. Diana Priscila Pires é investigadora de pós-doutoramento no Centro de Engenharia Biológica (CEB) e é distinguida, esta quarta-feira, pelas 10h30, no Pavilhão do Conhecimento, com a Medalha de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência.


Aos 32 anos, a cientista procura melhorar a eficácia da terapia fágica no combate à bactéria Pseudomonas aeruginosa, que é muito resistente a antibióticos e está associada a graves infeções hospitalares e a elevada mortalidade. Diana trabalha com vírus bacterianos que não são lesivos aos humanos, mas que infetam as bactérias nocivas. Chamam-se fagos ou bacteriófagos. São considerados promissores para tratar infeções bacterianas que não respondem aos antibióticos. Porém, os fagos que combatem a Pseudomonas aeruginosa têm algumas limitações, o que Diana quer ultrapassar com a manipulação dos respetivos genomas. “Pretendo desenvolver uma ferramenta de edição genética de fagos de forma a melhorar as suas propriedades antibacterianas e, no caso de estes fagos apresentarem resultados promissores in vitro, poderão ser posteriormente testados in vivo em animais de laboratório para comprovar a sua eficácia”, resume.


A resistência a antibióticos é um problema global e a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou recentemente a P. aeruginosa como prioritária a combater. Esse cenário exige novas terapias, como a fágica, que apresenta inúmeras vantagens face aos antibióticos, ao centrarem-se num tipo de bactérias e sem outro efeito no organismo. A P. aeruginosa está associada a infeções hospitalares, que atingem 7 em cada 100 pacientes hospitalizados nos países desenvolvidos (10 em 100 nos restantes países), segundo a OMS. Estas infecções estão ligadas a mais de 30 mil mortes na Europa por ano e a 7000 milhões de euros de custos diretos de internamento extra por ano. Estima-se que 30% dos doentes nos cuidados intensivos dos países ricos desenvolvam pelo menos uma infeção hospitalar e que o valor seja duas a três vezes superior nos restantes países.

Após Isabel Veiga, Joana Cabral (ambas do ICVS – Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde) e Margarida Fernandes (CEB e Centro de Física), Diana vai receber 15 mil euros.

O prémio atribuído pela L’Oréal Portugal, Comissão Nacional da UNESCO e Fundação para a Ciência e a Tecnologia visa incentivar investigadoras em Portugal, já doutoradas e até aos 35 anos, a prosseguirem estudos originais e relevantes para a saúde e o ambiente. O número de cientistas mulheres a nível mundial continua abaixo dos 30%.

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