Investigador da UMinho integra centro internacional de difração de raios X

Stanislav Ferdov, investigador do Centro de Física da Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM) é o mais recente membro do International Centre for Diffraction Data (ICDD), um grupo restrito de 300 especialistas que desenvolvem investigação na área de difração de raios X e caracterização de materiais.

Os membros do ICDD desenvolvem e validam a maior base de dados de difração de raios X do mundo, a Powder Diffraction File, que lista atualmente mais de 1.1 milhões de compostos inorgânicos, orgânicos e ligas metálicas. No caso do investigador da UMinho, grande parte do seu trabalho revolve à volta de materiais inorgânicos, sobretudo fosfatos e silicatos.

“O foco do meu trabalho é criar estruturas, investigá-las através do raio X e perceber a impressão digital única para este material”, diz.

Devido à organização dos seus átomos, todas as substâncias têm uma “assinatura” cristalina própria que permite confirmar, por exemplo, a composição de um medicamento ou a pureza de um metal.

“Na indústria farmacêutica, cada medicamento tem uma estrutura própria e essa estrutura determina as propriedades do medicamento. O mesmo acontece na criação, por exemplo, do cimento. Por ser feito de um conjunto de fases cristalinas é possível verificar, através do raio X, se o rácio entre estas fases está certo ou até se existem, de todo”.

As aplicações são múltiplas. No fabrico de semicondutores, controla a pureza de materiais em chips e dispositivos eletrónicos, como o silício dopado, onde pequenas alterações na base cristalina afetam a performance dos circuitos. Na metalurgia, verifica a composição e a fase cristalina de ligas metálicas, essenciais para peças de alta resistência, com na aeronáutica, que suportam temperaturas extremas. Já no setor da energia, é aplicada no desenvolvimento de baterias e células solares, como óxidos metálicos em baterias de lítio, cuja estrutura cristalina influencia a capacidade de armazenamento de energia.

Para Stanislav Ferdov, integrar o ICDD é um orgulho e uma surpresa. Não só porque este é o “reconhecimento de 15 anos de trabalho na cristalografia e produção de novos materiais” mas também porque “pensava que já muitos cientistas, a nível nacional, já participavam neste organismo internacional”.

A par de Stanislav Ferdov, esta rede global, criada em 1941, tem mais um representante português: Paula Cristina Brandão, ex-aluna da UMinho e investigadora do Aveiro Institute of Materials.

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José Brás
José Brás

Jornalista na RUM

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