“InvestBraga está mais perto de se tornar auto-suficiente”

O administrador da InvestBraga, Carlos Silva, admitiu esta segunda-feira, em sede de reunião de executivo municipal, que a InvestBraga está “mais perto de se tornar auto-suficiente”, referindo que dentro de “poucos anos” não deverá necessitar de mais apoios directos dos cofres municipais.

Com 33 colaboradores, atingiu em 2019 um volume de negócios de dois milhões e trezentos mil euros.

Segundo o administrador da empresa municipal, este é um ano “particularmente difícil”, daí que os apoios da autarquia continuem a ser necessários. “No que diz respeito a algumas actividades ainda tem algum défice, no entanto esse défice tem vindo a diminuir e penso que dentro de alguns anos pode ter capacidade de autofinanciamento próximo dos 100%, mas este ano não ajuda em nada”, reconhece. Carlos Silva esclareceu ainda que os eventos realizados pela CMB, a mesma “paga pelos usos que faz”, algo que não é traduzido como subsídio, mas “como serviço pago”, acrescenta.

O administrador da InvestBraga respondia à sugestão deixada pela vereação socialista. Artur Feio considera que chegou o momento de deixar de transferir financiamento para esta empresa municipal, justificando que a mesma já é auto-suficiente. “É uma empresa que gera receitas suficientes pelo contrato programa e pelos arrendamentos. Gera lucros suficientes para que não exista esta necessidade de dependência efectiva do município, permitindo que o município canalize esses investimentos para outras áreas”, sugere.

Por seu turno, o vereador da CDU admite ter alguma dificuldade em avaliar o desempenho da empresa municipal, referindo que os números apresentados pela administração “são uma operação de charme”.

Na reunião de executivo municipal desta segunda-feira, Carlos Almeida voltou a manifestar-se reticente quanto ao trabalho desenvolvido. Na óptima da CDU, “tirando as vantagens concedidas a grandes empresas e grandes grupos, é difícil perceber de que tipo de emprego se fala”.

PS e CDU consideram que os resultados da Agere mostram que é possível voltar a reduzir tarifários para os consumidores. 

Esta segunda-feira, em sede de reunião de câmara, durante a apresentação de contas das empresas municipais – no caso, da Agere – Carlos Almeida, vereador da CDU, alertou novamente para a privatização há anos atrás, estratégia que condicionou a prestação de um serviço público de melhor qualidade porque é preciso distribuir dividendos. O vereador refere que muitos investimentos “não são concretizados em detrimento da distribuição de dividendos, uma lógica de administração público-privada que quer rentabilizar e distribuir lucros ao invés de melhorar o serviço e reduzir as tarifas que são aplicadas à população”.

Artur Feio, vereador do Partido Socialista aponta que ainda há muitos investimentos por fazer por parte da Agere. Discordando do que refere a administração da empresa, Artur Feio explica que os resultados da empresa “são muito positivos, mas a relação com o privado não permite uma redução mais significativa naquilo que é o custo final para os bracarenses. O socialista disse ainda que um dos compromissos do PS para o acto eleitoral de 2021 passa por “reduzir a tarifa da água e do saneamento aos bracarenses”. 


Numa reacção às observações da oposição, Rui Morais, administrador da empresa municipal, recordou a redução de tarifários ao longo dos anos e o plano de investimentos que envolve não só a nova ETAR, mas também a substituição gradual de condutas de água e saneamento. “Temos investido nos últimos anos centenas, ou milhões de euros, na renovação de condutas de água e saneamento, mas temos uma lógica de prioridades. Relembro que muitas condutas que existiam na cidade traziam muitos problemas à gestão da empresa, principalmente de água não facturada com os rebentamentos que tínhamos de muitas condutas”, explica, acrescentando que “fruto de muito trabalho”, a Agere passou de perdas de 27% para 11%.

A situação económica e financeira da empresa no final do 2019 reflete, globalmente, uma boa performance da empresa, tendo alcançado um RLE de 6,6 milhões de euros e um EBITDA de 15,5 milhões de euros, o qual foi conseguido, essencialmente, graças ao efeito do aumento da atividade da empresa, com reflexo no aumento do volume de negócios.

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Elsa Moura
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