“Intervenção” no epicentro do Festival Política que decorre em Braga de 2 a 4 de maio

Um espetáculo de Hugo van der Ding, a estreia nacional do filme “Onde está o Zeca?”, de Tiago Pereira, e o festival Resistance. São os destaques da 6.ª edição do Festival Política, que está de regresso ao Centro de Juventude de Braga, de 2 a 4 de maio

A Intervenção é o tema central, da edição deste ano, que ao longo de três dias apresentará 24 atividades. “O desafio é refletir sobre como é que se pode ir além da participação no espaço público, nas instituições e, principalmente, na promoção dos direitos humanos e da cidadania”, explicou Rui Oliveira Marques, codiretor do festival.

No sábado, 4 de maio, o espetáculo de humor de Hugo van der Ding, que se chama “O Importante é Participar” é um dos destaques da programação, antecedido por outro momento alto, a estreia nacional do filme “Onde está o Zeca?”, de Tiago Pereira, às 18h00. O realizador foi falar com vários artistas para perceber o que é que significa a música de intervenção nos dias de hoje, mas também que legado é este que Zeca Afonso nos deixou e se realmente ainda está vivo e presente na criação artística”, explicou. O filme tem já confirmada uma data em Luanda.

Na sexta, “Fado Bicha mata o Fado, com amor” sobe ao palco às 21h30. “É também um projeto inédito de uma outra leitura da história do Fado, em Portugal, e que também quase constitui uma lição de história sobre o nosso país”, frisou o cofundador.

Em Braga a programação conta ainda com seis filmes, dois workshops, o projeto “Faz-te ouvir”, em parceria com comunidades ciganas, uma exposição sobre a história LGBT de Portugal, uma conversa denominada “Beer&Politics”, sobre política e cidadania, moderada por António Fernando Tavares, responsável pelo departamento de Ciência Política da Universidade do Minho. Pela primeira vez decorrem na Rua do Castelo duas atividades, um concerto com o Lucas Pina, um jovem artista de São Tomé, e uma performance, que se chama “Intervenção Sai à Rua”, que será o resultado dos workshops.

O festival “Resistance – Youth Festival of Modern European History”, que começou a ser desenhado em 2022, apresentará performances de vários países. “É um projeto feito por jovens e tendo como público-alvo os jovens também”, explicou Joana Meneses Fernandes, administradora executiva do Teatro Circo EM SA. O objetivo do projeto é “comemorar momentos históricos que, de alguma forma, representam pontos de viragem na construção de uma Europa democrática”, como é o caso do “25 de Abril, a Primavera de Praga, a Primavera Checa, o fascismo e o pós-fascismo em Itália, o pós-colonialismo e os movimentos de guerrilha associados ao mesmo nos Países Baixos”. Este festival passará também por três escolas do concelho. O Resistance é o primeiro projeto da Capital Portuguesa da Cultura “a ganhar corpo”.

Para o presidente da Câmara de Braga, entidade parceira, o Festival Política “é um marco incontornável da agenda de atividades da cidade”. “Tem sido um festival de grande sucesso, não só pela qualidade da programação, mas onde a mobilização tem sido sempre muito significativa”, acrescentou Ricardo Rio, considerando que a iniciativa foi um importante contributo para “o reconhecimento recente que o Centro de Juventude recebeu do Conselho da Europa”. O Festival, disse ainda, está “muito alinhado com os objetivos que o Município tem procurado concretizar, de estimular a participação cívica, a discussão pública, o envolvimento da população mais jovem sobre as questões de cidadania nas suas mais diversas dimensões”. 

A 6.ª edição do Festival Política está de regresso ao Centro de Juventude de Braga, de 2 a 4 de maio.

Todos os espetáculos e debates têm interpretação para língua gestual portuguesa e todos os filmes, incluindo os falados em português, estão legendados em português. A entrada é gratuita.

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