INL vai ser a casa do 1º criomicroscópio eletrónico em Portugal

Portugal vai passar a fazer parte, a partir de 2022, de um núcleo restrito de países com acesso a um criomicroscópio eletrónico. O INL – Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia – vai ser a casa, em terras lusas, deste primeiro aparelho avaliado em 2,1 milhões de euros. A sua instalação está prevista dentro dos próximos seis meses, sendo que a entrada em funcionamento só deverá ocorrer em 2022.

O criomicroscópio eletrónico surge no âmbito de uma candidatura ao Portugal 2020 no valor de 2,5 milhões de euros através da CCDR-N.

Com capacidade para produzir 1.600 imagens por segundo, este criomicroscópio vai permitir o estudo de patologias como o Cancro, Alzheimer e Parkinson e/ou o desenvolvimento de novos fármacos.

O equipamento vai ficar instalado no piso menos 2 do edifício ao cargo de um colaborador alemão com conhecimento técnico avançado na área. O INL vai avançar, nos próximos tempos, com um processo de recrutamento. Os custos de manutenção do aparelho vão rondar os 100 mil euros por ano.

A RUM conversou com o diretor do Centro de microscopia do INL, Paulo Ferreira, que garante que este equipamento vai permitir, principalmente nas áreas da saúde e vida, “trabalhar com amostras biológicas e farmacêuticas a uma temperatura de azoto líquido de aproximadamente 200 graus negativos, de modo a evitar a formação de gelo, o que acabaria por destruir as células”.

Além disso, a máquina irá permitir a reconstrução em formato 3D de estruturas, a título de exemplo, de vírus como o SARS-COV-2 ou de bactérias.

Graças a esta conquista, será possível criar uma Rede Nacional em Microcospia composta pelas universidades do Minho, Coimbra, Algarve, Évora e da Beira Interior, mas também pelo Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier, o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, o Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa, o Instituto Ricardo Jorge, a Fundação Champalimaud e a Gulbenkian.

Paulo Ferreira não tem dúvidas que este equipamento será uma mais valia quer em termos de captação de investimento quer de captação de recursos humanos qualificados. 


Numa fase anterior à candidatura, o responsável revela que foi levado a cabo um questionário para perceber quais as entidades que estariam interessadas em utilizar regularmente o equipamento. Os resultados foram animadores, uma vez que mais de 100 investigadores e pelo menos três empresas portuguesas disseram “claramente” que têm esse intuito. 

Do Norte de Espanha, mais concretamente da Galiza, também existe um interesse claro, visto que a máquina mais próxima está localizada na capital espanhola. 

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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