UMinho. Instituto de Educação vive situação “complexa e díficil” com saída de docentes

O Instituto de Educação (IE) da Universidade do Minho ultrapassa uma situação “difícil e complexa”, devido à saída de 22 docentes nos últimos cinco anos. No mesmo período, indicou Assunção Flores, que agora preside o Instituto, foram contratados cinco professores. “Temos tido, em alguns cursos, uma procura muito grande e não temos, neste momento, capacidade de resposta para efetivamente incluir, integrar e dar resposta a todos os estudantes que nos procuram dos vários pontos do país”, lamentou. A falta de docentes, acrescentou, não tem posto em causa a qualidade de ensino devido “aos profissionais comprometidos e de excelência” que a unidade orgânica tem.

“Se formos analisar algumas áreas disciplinares e científicas, o número de docentes atualmente é metade e, em alguns casos, menos de metade, o que naturalmente não responde às necessidades do ponto de vista da formação”, disse Assunção Flores.

Uma das áreas críticas, “que está apenas com um docente há bastante tempo, é a área da educação pré-escolar, mas nas artes também só há uma docente”. “É manifestamente insuficiente para aquilo que são as necessidades do ponto de vista do número de alunos”, apontou. A presidente critica também o facto de, “num momento em que há uma crise de falta de professores, muitos estudantes não entrarem num curso de formação”. “Tivemos um curso, no caso das artes visuais, que teve mais de 100 candidatos e só entraram 20 e poucos alunos, portanto ficou um grande número de professores fora da possibilidade de fazerem um mestrado em ensino e que é uma área que é fundamental, estruturante, necessária para o desenvolvimento do nosso país”, criticou.

Com investigação na área, a presidente do IE garante ser “necessário investir na formação de professores”, nomeadamente em “áreas que são estruturantes, como a História ou a Matemática”. “Vai ser sempre necessário recrutar e formar professores de História da Matemática, há outras áreas que têm a ver com determinados momentos, determinados fenómenos, mas nós temos uma visão e um projeto para aquilo que é a oferta formativa do Instituto de Educação, considerando os recursos atuais, mas também os recursos que vão ser necessários para cumprir este desiderato”, apontou.

Segundo a docente, serão necessários mais 38 mil professores até 2035 e o Instituto de Educação da UMinho está disponível para “contribuir para este desígnio nacional e para ser incluído nos contratos-programa que foram estabelecidos com outras instituições”.

Reitor pede cuidado e estratégia nas novas contratações de docentes

O reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, lembrou que, “o Instituto de Educação, ao nível dos recursos humanos dos docentes, cresceu de uma forma muito significativa ao longo das décadas 80 e 90, porque havia uma procura muito forte dos cursos”. No entanto, “há um momento em que esse número de estudantes começa a reduzir” e, por isso, o IE atingiu “uma circunstância que não era sustentável, em que tínhamos um número desproporcionado de professores face ao número de estudantes”. Nesse sentido, “houve um progressivo ajustamento daquilo que eram os docentes, os docentes de carreira, contratados pela Universidade, ao número de estudantes que procuravam os cursos oferecidos pelo Instituto”. 

“A transferência do Orçamento de Estado tem a ver fundamentalmente com o número de estudantes e, portanto, a Universidade do Minho tem que, na gestão dos seus recursos humanos, ser sensível a esta dimensão e foi isso que aconteceu”, afirmou ainda o responsável.

Admitindo que “a situação agora é diferente” e denotando-se “uma retoma da procura dos cursos de formação de professores”, Rui Vieira de Castro alerta para a necessidade de, “numa circunstância nova, se olhar de forma cuidadosa e estratégica para as novas contratações que se quer fazer”. “Tem que se perceber com cuidado onde é que a procura aumenta, porque não aumenta da mesma forma em todas as áreas, e, sobretudo, procurar responder àquilo que são estas necessidades, não perdendo nunca de vista aquilo que me parece aqui essencial. A oferta educativa, hoje, na área da formação de professores, tem que ser uma oferta inovadora”, finalizou o reitor. 

Assunção Flores tomou posse, esta terça-feira, como presidente do IE, tendo como vice-presidentes Ana Paula Pereira, Paulo Varela e Marília Gago, no mandato até 2028.

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Liliana Oliveira
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