ICVS estuda proteína que pode servir de biomarcador do HPV

O ICVS – Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde – está a estudar a possibilidade de utilizar a proteína RKIP como um biomarcador do cancro do colo do útero, cabeça e pescoço. Estes tumores estão relacionados com a infeção por HPV – Vírus do Papiloma Humano.
Recorde-se que a 4 de fevereiro foi assinalado o Dia Mundial da Luta Contra o Cancro. Diana Carneiro, investigadora do ICVS, foi uma das 15 galardoadas com a Bolsa de Investigação em Oncologia promovida pelo Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro, no valor de 12.600 euros.
Esta distinção irá permitir que a investigadora passe a estar 100% dedicada ao desenvolvimento deste trabalho que poderá ajudar milhões de pessoas, no futuro.
“Estudar a proteína RKIP, como um possível marcador de resposta aos tumores sólidos que vamos estudar, colo do útero, cabeça e pescoço, vai permitir perceber se o paciente vai responder melhor às terapias, nomeadamente, a imunoterapia”, explica aos microfones do UMinho I&D.
De acordo com a investigadora da Universidade do Minho, apenas uma percentagem de pacientes responde
favoravelmente a esta terapia e, até ao momento pouco se sabe sobre os fatores que podem contribuir para esta diferença na resposta.
Atualmente, o ICVS está a trabalhar principalmente com amostras provenientes do Hospital do Amor, em Barretos, Brasil. No futuro, Diana Carneiro espera que seja possível trabalhar este marcador de uma forma “menos invasiva”, visto que a avaliação da expressão do tumor no paciente é feita através de uma biopsia.
Este trabalho está inserido num grupo de investigação mais amplo liderado pela investigadora Olga Martinho. A meta, segundo Diana Carneiro, passa por conseguir tratamentos personalizados às necessidades de cada doente, de modo a potenciar os tratamentos. “Quantos mais marcadores tivermos disponíveis para avaliar como deverá responder ou não a uma terapia, mais personalizado será esse tratamento”, frisa.
O vírus do Papiloma Humano é responsável por um elevado número de infeções, apesar dos rastreios e vacina, sendo que na maioria dos casos não existem sintomas associados.
