Hospital de Braga “já está numa situação muito difícil”

O Hospital de Braga já está numa situação “muito difícil”, admite o presidente do conselho de administração.
A unidade de saúde acaba de atingir “o ponto mais alto da primeira e da segunda vaga” e tem nesta altura 148 doentes infetados com covid-19 internados em enfermaria e 22 nos cuidados intensivos. O aumento diário de internamentos já implicou a transferência de doentes internados com covid-19 ou outras doenças para misericórdias e hospitais privados, em articulação com a ARS-Norte.
João Porfírio de Oliveira explica que o efeito do aumento do número de casos “tem-se refletido no Hospital, não só na Urgência como no internamento”. As reservas de internamento “estão praticamente a esgotar-se e o cenário já é muito complicado. O hospital já está a socorrer-se de camas contratualizadas em unidades externas, e o cenário torna-se muito difícil de acompanhar ao ritmo que está o crescimento”, avisa.
Segundo os dados disponibilizados pelo presidente do conselho de administração à RUM, esta semana dez doentes médicos não covid foram transferidos para a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso “para conseguir abrir mais enfermarias covid no hospital”.
Com 148 doentes internados, o Hospital de Braga “está no ponto mais alto da primeira e da segunda vaga”. Com 36 camas de cuidados intensivos abertas, 22 estão ocupadas.
Estão também dez doentes de instituições sociais numa unidade privada de internamento. Segundo o responsável, noutras unidades privadas convencionadas com a ARS também estão já internados mais doentes covid e não covid.
“Profissionais de saúde estão há quase um ano nesta luta. Nota-se cansaço, mas o que os profissionais mais sentem é apreensão”
O presidente do Conselho de Administração do Hospital de Braga refere que os profisisonais estão “apreensivos” e com “receio do que vem a seguir” face ao número elevado de novos casos e internamentos. “Estamos a lutar para que o hospital consiga ter recursos para atender todos os doentes, mas este receio do que virá está-se a refletir nos profissionais, mas eles estão aqui para tratar de todos os doentes”, considerou.
João Porfírio de Oliveira sublinha que no Hospital de Braga “não há dificuldade de recursos, nem de materiais de protecção nem de roupa de cama”, contrariamente a alguns relatos que têm surgido noutros hospitais do país.
Apelando a todos os cidadãos que “ajudem”, o presidente do Hospital de Braga pede a todos os utentes que “aumentem as medidas de proteção, cumpram as recomendações das autoridades de saúde lembrando que “os recursos da saúde são finitos”.
“Só vamos conseguir tratar todos os doentes que tenham necessidades de tratamentos se este crescimento parar”, concluiu.
