Honoris Causa da UMinho fala sobre cancro e depressão nas crianças

Nunca será possível evitar o aparecimento do cancro. A premissa é defendida pelo mais recente Honoris Causa da Universidade do Minho na área da Psicologia, Ángel Carracedo Álvarez. Em entrevista ao UM I&D o coordenador do grupo de medicina genómica da Universidade de Santiago de Compostela, um dos maiores do mundo, explica que nos próximos anos é expectável que o cancro se torne numa patologia crónica, sendo que para alguns tipos podem ser encontradas curas.


Para o investigador, nos últimos tempos, a medicina tem dado grandes saltos no que toca a tratamentos mais eficazes. A título de exemplo Ángel Carracedo refere os casos de leucemia, neste momento mais de 90% dos pacientes com esta patologia sobrevivem. 


“O cancro é uma patologia que sempre vai existir, uma vez que está associado a mutações. Contudo, o panorama está a alterar-se completamente”, refere acrescentando que não irão ficar por aqui devido à utilização da imunoterapia e medicina personalizada. “Não acredito que seja totalmente evitado, mas tudo leva a que se torne numa doença crónica”, adianta.


Nos dias de hoje a comunidade científica continua a desconhecer muitas das particularidades de cancros como o pâncreas, cabeça e pescoço.

Agora o centro coordenado pelo investigador está a investigar uma mutação única e específica do Norte de Portugal e Galiza que origina o cancro da mama e ovários. Mais de 50% dos casos nestas regiões devem-se a esta alteração no genoma. Ángel Carracedo frisa que é de grande importância perceber o que se passa e acima de tudo perceber qual a predisposição para cancro de forma a prevenir a patologia. 

Já ouviu falar do Williams Syndrome?

Trata-se de uma doença rara que mereceu o interesse e dedicação do investigador através de uma parceria com a Universidade do Minho. Segundo Ángel Carracedo os indivíduos que sofrem deste síndrome não são capazes de pintar pois não conseguem distinguir terceira dimensão, no entanto conseguem tocar instrumentos de forma “angelical”. Um dado desconhecido até então pelo resto do mundo e que foi descoberto na UMinho.

São pessoas sem noção de maldade (tudo é bom) e além disso não têm percepção espacial. Regra geral os pacientes com Williams podem desenvolver problemas de coração, entre outros. 

“15% da população infanto-juvenil te problemas psiquiátricos”. 


Ángel Carracedo declara que patologias como a depressão, autismo, problemas de neurodesenvolvimento, défice de atenção e hiperactividade são as doenças mais genéticas que existem. Actualmente 15% da população infanto-juvenil apresenta problemas psiquiátricos. 

Ainda assim o investigador realça que o ambiente em que a criança está integrada tem um grande impacto no seu desenvolvimento. Uma conclusão que surgiu do trabalho em conjunto com a Escola de Psicologia da UMinho. 

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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