“Hoje em dia, os jovens sonham com o espaço”

O espaço está a tornar-se cada vez mais “atrativo” para os jovens. A perspetiva é de Alexandre Ferreira da Silva, que integra a direção da licenciatura em Engenharia Aerospacial da Universidade do Minho.
O curso da academia minhota foi a oferta formativa em que o último colocado teve média mais alta, 18,86, no Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior. De acordo com o docente, “os jovens estão a assistir a uma nova revolução, borbulhada, do setor espacial”.
“Na semana passada vimos uma sonda indiana aterrar na Lua. Há novos players, novos atores, como a Blue Origin ou a SpaceX, e novos planos para se ir à Lua. Claro que estes jovens, hoje em dia, vivem isto e, como tal, sonham com o espaço”, concretizou em declarações aos jornalistas, esta segunda-feira, no Campus de Azurém, numa sessão em que acompanhou André Galvão Rocha, o aluno da Universidade do Minho com melhor nota de entrada.
O curso de Engenharia Aerospacial da Universidade do Minho foi criado no ano passado. Apesar de ainda não haver registos em termos de empregabilidade, de acordo com o docente, abrem-se boas perspetivas, antecipando “grandes oportunidades”. A Agência Espacial Portuguesa, criada em 2019, e empresas que desenvolvem atividade no setor são algumas dos caminhos que os alunos podem seguir, a nível nacional.
No entanto, também “não se pode fechar a porta à Agência Espacial Europeia ou outra entidade semelhante” no estrangeiro. Para se chegar a esse patamar, destaca Alexandre Ferreira da Silva, torna-se importante apostar na formação e aí a abrangência de dimensões é significativa.
“Numa fase inicial, o curso tem componentes mais vocacionadas para a engenharia, mas depois surgem também outras relacionadas com as ciências espaciais, as políticas de regulamentação espacial ou as humanidades”, refere, destacando que o objetivo é, no final da licenciatura, “os alunos conseguirem identificar em que áreas gostariam de trabalhar e procurar uma formação avançada”.
A licenciatura em Engenharia Aerospacial, que tem disponibilizado 30 vagas por ano, funciona no Campus de Azurém, em Guimarães. No melhor dos cenários, a partir do ano letivo 2024/2025, o curso será também dinamizado no Tech-G, um espaço que vai acolher o Centro de Investigação Aerospacial, incluindo laboratórios especializados para aulas.
