‘HIDE TO SEEK’ traz a máscara como anulação da própria identidade este sábado no TC

O coreógrafo Júlio Cerdeira apresenta este sábado, no pequeno auditório do Theatro Circo, pelas 21h30, a mais recente criação, ‘HIDE TO SEEK’, primeiro de dois espetáculos selecionados para o ciclo ‘Frente e Verso’ de 2025. A peça pretende apresentar a máscara como “uma anulação da própria identidade do intérprete, para que possa descobrir em si algo novo”, refere o responsável.
Em palco, um jogo tenso e um ritual de escondidas do corpo, redefine-se a cada gesto, deixando-se transformar pelo seu reposicionamento sucessivo. Aos microfones da RUM, Júlio Cerdeira, adianta que a máscara foi escolhida por ter sido um elemento já utilizado pelo, também bailarino, num projeto anterior, ‘Imagem Nua’, em que “era uma cristalização de expressão no próprio rosto”. Agora, surge como um elemento da “alteridade do corpo”.
O diretor artístico afirma que a peça faz um diálogo entre a forma estanque e alterável. A primeira surge através de objetos criados pelos artistas Ed Freitas e Nuno Fonseca, “que criaram máscaras que cristalizam esta expressão sobre o rosto dos intérpretes”. Já a forma alterável, segundo Júlio Cerdeira, “tem a ver com a prática coreográfica que é utilizada”. “São corpos em movimento, em constante transformação, seja na relação entre eles, numa amálgama de corpos que em tensão se vão reconfigurando pelo espaço, ou através de práticas coreográficas circulares”, refere.
Apesar da peça não ter sido produzida especificamente para o programa SUPRACASA e já ter sido apresentado Teatro Municipal do Porto, em 2024, e com passagens programadas pelo Teatro Diogo Bernardo, em Ponte de Lima, e no Centro de Arte Oliva, em São João da Madeira, o bracarense Júlio Cerdeira confessa ser uma “responsabilidade, mas com o maior orgulho”, representar a cidade na programação da Braga 25 – Capital Portuguesa da Cultura.
Para o responsável, a dança e os elementos cénicos são a base do espetáculo, através de “uma proximidade temática aos ritos primordiais do teatro”, que tem uma origem comum com a dança, “num ritual de transformação do corpo e de veneração aos deuses também”, finaliza.
C/ Carolina Damas
