Harvard’s Wyss Institute investiga método que reduz o crescimento tumoral

Um estudo do Harvard’s Wyss Institute, publicado na revista Nature Communications, apresenta um novo tratamento, testado apenas em animais, que surge como mais uma esperança para os doentes com cancro da mama triplo-negativo.
Em causa está uma vacina do tamanho de uma aspirina, que é colocada perto do local do tumor e evita a quimioterapia no corpo todo. O tratamento faz uma reprogramação do sistema imunológico para atacar as células cancerígenas, não só naquele local, mas no corpo inteiro. A técnica combina quimioterapia e imunoterapia para tratar tumores agressivos.
Entrevistada pela RUM, a investigadora da Escola de Medicina da Universidade do Minho, Marta Costa, ela própria responsável por um projeto de investigação para encontrar tratamento para esta doença, explicou que não é possíval avançar com uma eficácia de 100% quanto a este novo tratamento.
“O grupo desenvolveu um biomaterial, que tem dentro de si uma combinação de vária substâncias que vão ajudar a recrutar o sistema imunátrio para também ajudar neste combate. Este material é capaz de reduzir o crescimento tumoral e a formação de novas metástases”, detalhou a investigadora, lembrando que há “um potencial novo, mas é um ensaio que ainda está muito no início”.
Tratamento só deverá ser validado daqui a alguns anos
Pela frente serão ainda necessários diferentes testes, que poderão arrastar por alguns anos a validação deste tratamento. Ainda assim, “é sempre uma esperança”.
Apesar de ainda só ter sido testado em animais, os resultados preliminares deste tratamento “são importantes e animadores, ainda que não referiram uma eficácia de 100%”.
Epidemiologicamente, o cancro da mama triplo-negativo é o subtipo mais agressivo, representando 15% a 20% de todos os tumores malignos da mama. Este subtipo de cancro da mama não responde a terapias mais específicas, sendo a única opção a quimioterapia clássica, com resultados muito limitados.
