“Há uns anos, os temas ligados à sustentabilidade eram muito marginais”

O Greenfest conta já quase duas décadas de atividade em Portugal, e o mentor do festival, Pedro Norton de Matos, assume que quando tudo começou, os temas ligados à sustentabilidade eram ainda muito desvalorizados no nosso país. O evento arranca esta sexta-feira na cidade de Braga e acontece pela primeira vez dentro do Campus de Gualtar da Universidade do Minho.

Na RUM, Pedro Norton de Matos recordou os primórdios do festival, há dezassete anos. “Há uns anos atrás, estes temas eram muito marginais, estavam fora da preocupação, sobretudo das empresas”, começa por recordar. “No mundo de envolvimento das empresas, das instituições, o Greenfest foi e continua a ter um papel especial no panorama da sustentabilidade”, defende.

Entretanto, na última década, o tema passou a abarcar um alargado leque de setores, um ponto valorizado por Pedro Norton de Matos, nomeadamente no que respeita às universidades. “Felizmente multiplicam-se as iniciativas e já está no mainstream. As universidades, que andaram distraídas, nestes últimos anos estão a tentar apanhar esse comboio. É uma realidade que há uma economia verde que traz valor para a sociedade, não é só criar empregos”, refere.

O especialista em sustentabilidade vai mais longe e afirma que o modelo de dependência dos combustíveis fósseis está esgotado. Para Pedro Norton de Matos é preciso dizer “obrigado petróleo, obrigado carvão, ainda bem que nos trouxeram até aqui”. “Com a explosão demográfica, com a exaustão dos recursos naturais não é possível mantermos este modelo, porque é um modelo de suicídio coletivo e, portanto, o desafio civilizacional é o equilíbrio entre a parte económico financeira, as pessoas e o ambiente”, argumenta.

Valorização dos ecossistemas é a nova prioridade


A valorização dos ecossistemas é uma das novas batalhas da sociedade atual e que o Greenfest está já a abraçar, disse ainda à RUM Pedro Norton de Matos, ele que acredita que o Greenfest também poderá dar o seu contributo nesta matéria. O responsável considera que dentro de uns anos este movimento será mais impactante. “Nós quando respiramos ar puro damos por adquirido, mas não é e na maior parte das cidades do mundo respira-se muito mal, o que provoca imensas doenças, problemas e custos”, exemplifica. O mesmo acontece com a água quando se trata de um recurso “super estratégico, que falta em muitas partes do mundo e que Portugal está sob pressão, de sul para norte”, assim como outros exemplos, daí que considere que as próprias empresas necessitem de olhar de forma mais próxima para a valorização dos ecossistemas.

O Greenfest arranca esta sexta-feira no campus de Gualtar da Universidade do Minho. Neste primeiro dia os temas estão mais direcionados para estudantes e docentes da instituição, além de empresas. Sábado e domingo, as atividades dirigem-se a todo o tipo de públicos com especial destaque para as famílias. A entrada é gratuita.

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Elsa Moura
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