“Há uma intimidade muito grande entre os dois corpos que estão em cena e a audiência”

O Theatro Circo acolhe, esta terça-feira, ‘Simulacro’, mais um espetáculo inserido no projeto ‘Segunda Casa – Palcos Instáveis’. A criação de Margarida Montenÿ e Carminda Soares, que resultou de uma residência artística realizada, em 2022, no equipamento cultural, coloca em cena dois corpos que exploram os limites da proximidade.
A RUM conversou com as criadoras. Margarida Montenÿ fala de uma peça sobre “intimidade” que, com recurso a headphones, convida o público a fazer parte do espetáculo. “Queríamos poder pensar esta intimidade de várias maneiras. Há uma intimidade muito grande entre os dois corpos que estão em cena, os nossos, mas de certa forma esta era uma sensação que queríamos fazer chegar também à audiência”, explica. Neste sentido, o público terá acesso a headphones para escutar a composição sonora de António Marotta, músico do projeto.
“Os headphones criam uma relação mais ficcional com os corpos em cena, reclamando uma sensação mais cinematográfica de assistir à peça, não ouvindo os barulhos dos corpos e da respiração, ou os barulhos da própria plateia“, acrescenta.
A intenção, segundo Carminda Soares, é que “cada espectador se sinta sozinho com as artistas”. “É uma peça que se centra muito nesta ideia de corpo. Estamos só as duas em palco, sem nenhum tipo de cenário, permitindo que o público apenas nos observe”, refere, confessando que “tentar proporcionar uma experiência diferente foi o principal desafio”.
Sobre a atuação no Theatro Circo, as criadoras mostram-se “felizes” por poderem apresentar o resultado da residência artística no equipamento cultural. Carminda Soares fala de uma peça para todo o tipo de pessoas e espera que o conceito do projeto possa despertar a curiosidade dos bracarenses.
‘Simulacro’ sobe ao palco do Theatro Circo, esta terça-feira, às 19h00.
