Há 49 anos, milhares de bracarenses saíram à rua para festejar a revolução

Na emissão da RUM dedicada ao 25 de Abril ouviram-se vários testemunhos de jovens que assistiram a momentos de euforia e exaltação nas ruas da cidade

Há precisamente 49 anos, a 26 de abril de 1974, milhares de bracarenses invadiram as ruas do centro histórico da cidade para festejar a revolução que começou no dia anterior, em Lisboa.

Na emissão da RUM realizada na tarde de terça-feira, a partir do Café A Brasileira, ouviram-se testemunhos das celebrações em Braga que se tornariam mais visíveis no dia seguinte.

Paulo Sousa, da Comissão Organizadora de Homenagem as Democratas de Braga foi um dos convidados da emissão e à época era ainda uma criança, mas o dia 26 de abril de 1974 está bem presente na sua memória. “Tive o prazer de ver nascer o 25 de abril. Efetivamente nesse dia não aconteceu nada em Braga. A desconfiança era muita. Ficamos todos em casa, e depois tivemos oportunidade de assistir àquele momento de exaltação coletiva no dia 26, em que as pessoas saem todas à rua numa grande manifestação com discursos na Praça do Município”, lembra.


“Apesar de ter apenas dez anos, tive experiências pessoais muito marcadas” – Alexandre Praça


Alexandre Praça, antigo diretor de informação da RUM e moderador do debate Praça do Município estava em pleno centro histórico de Braga, onde vivia. No dia 25 de abril de 1974 ainda foi para a escola. “Há 49 anos, estava a cerca de duas casas ao lado d’A Brasileira, onde vivia. Lembro-me perfeitamente desse dia, a minha escola era aqui quase nas traseiras. Na minha casa já se lia jornais. Foi uma quinta-feira e foi uma espécie de segundo nascimento, proque lembro-me de quase todos os pormenores ao longo do dia. Foi muito marcante para mim. Lembro-me das dúvidas, do que já se sabia, do que estava a acontecer em Lisboa, das primeiras imagens na televisão. (…) Braga viveu mais no 26 e no ano seguinte até ao 25 de novembro, foi um local de muita agitação política”, afiança.

João Granja recorda a romaria de estudantes até ao Sá de Miranda


João Granja, comentador do programa Praça do Município tinha também dez anos. Recorda “uma experiência intensa vivida por um jovem que não sabia o que se estava a passar”. Nesse dia 25 de abril foi para a escola, mas os professores deram por terminada a aula pelas 10h30. “Estava na André Soares e aquilo foi uma experiência incrível, porque se dizia que havia guerra em Lisboa e que andavam aos tiros uns com os outros, que vinham comunistas e fascistas e ninguém sabia ao certo o que se estava a passar”, lembra. Terminado o dia de aulas ainda durante a manhã, muitos estudantes utilizaram as vassouras para fazer bastões e matracas. Seguiram depois, “em romaria, até ao Liceu Sá de Miranda, o centro da política”, explica. No bar do Sá de Miranda, os mais velhos colaram-se em cima das mesas “a fazer comício e a explicar o que é que era a revolução”. O comentador do programa Praça do Município recorda ainda poder da igreja “verificado em dinâmicas específicas” na cidade de Braga nos meses que se seguiram.

Hortense Santos, presidente da Assembleia Municipal de Braga tinha treze anos quando se deu a revolução. Residia nessa altura em Vila do Conde e recorda o dia em que não foi às aulas precisamente pelos momentos de “incerteza” que se viviam. “A perceção que tínhamos era de muita novidade, não sabíamos muito bem o que se passava em Lisboa, a única coisa que víamos era passar os camiões dos quartéis com militares muito animados. No dia seguinte era tudo novidade, sabíamos que alguma coisa ia mudar no governo”, explicou.

OUVIR EMISSÃO COMPLETA DA RUM A PARTIR DO CAFÉ A BRASILEIRA, EM BRAGA

Em atualização

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Elsa Moura
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Abel Duarte
NO AR Abel Duarte A seguir: Elisabete Apresentação às 11:00
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