“Guimarães não pode ficar para trás no investimento ferroviário nacional”

O PS de Guimarães questiona a eficácia da implementação do BRT – Bus Rapid Transit (metrobus) e levanta a hipótese de o LRT – Light Rapid Transit (metro de superfície) ser mais adequada. A posição da concelhia foi defendida, esta sexta-feira, em comunicado, numa altura em que se discute o Plano Ferroviário Nacional.
Esse documento, enaltece a estrutura, prevê que Guimarães fique “ligado ao sistema intermodal de Braga, com acesso à EAV – Estação de Alta Velocidade, através de um sistema de BRT, podendo evoluir para um sistema ferroviário ligeiro LRT”. “Os estudos atualmente existentes preveem que o sistema BRT permita ligar Guimarães ao sistema intermodal de Braga em 40 minutos e à EAV, a construir a noroeste de Braga, em 45 minutos”, acrescenta.
Assim sendo, no entender da concelhia, por um lado, “o BRT parece ser claramente o mais adequado às necessidades e problemas de mobilidade urbana intraconcelhia”, apesar de defender “a densificação do projeto”. Contudo, por outro, considera que “a consolidação exclusiva para a ligação Guimarães-Braga não oferece competitividade no que diz respeito, desde logo, às distâncias-tempo em questão, constituindo uma ligação bastante mais demorada (cerca de 45 minutos) que o serviço de ligação automóvel particular Guimarães-Braga (cerca de 20) ou à EAV de Braga (cerca de 30)”.
“Certamente que um sistema BRT é mais barato que um sistema ferroviário ligeiro LRT. No entanto, o valor económico e de uso do LRT não pode ser considerado tendo apenas em vista o investimento imediato, mas, mais amplamente, a sua competitividade face ao transporte rodoviário individual e coletivo, desde logo olhando para os ganhos de tempo nas ligações Guimarães-Braga e Guimarães-Estação de Alta Velocidade, suscetíveis de atraírem um muito maior número de passageiros e reconfigurar as relações dos cidadãos com um transporte coletivo ecologicamente sustentável e económica viável”, argumenta.
Noutra perspetiva, a estrutura liderada por Ricardo Costa exige “um sério investimento de renovação da infraestrutura e ou do serviço da ligação Guimarães-Porto, reativando a circulação de comboios rápidos, como o Alfa”. Essas reivindicações, sustenta, devem ser “capazes de conectarem Guimarães à EAV do Porto, numa distância-tempo verdadeiramente competitiva e não nos atuais constrangedores 67 minutos, em comboio urbano, ou 54 em comboio intercidades, ainda que com raros horários”.
Em traços gerais, o PS de Guimarães avisa que o concelho “não pode ficar para trás no investimento ferroviário nacional e tem de exigir o melhor para hoje, mas, sobretudo, para um futuro em que seja crescentemente competitivo e atrativo, sem se deixar encadear pelos valores de investimento exigíveis, vulgares nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto”.
