Greve dos trabalhadores da Aptiv com adesão “acima de 90%”

“Mais de 90%” dos trabalhadores da Aptiv, em Braga, aderiram à greve, esta segunda-feira, adiantou o delegado sindical do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte – SITE NORTE, Sérgio Sales. 

Cerca de 70 trabalhadores concentraram-se à porta da empresa, depois de já terem manifestado os eu desagrado com a situação laboral em setembro e novembro do ano passado. 

Em causa, adiantou o sindicalista, estão aumentos salariais de cerca de 90 euros e a redução, em 30 minutos, da jornada laboral diária. Em todos os turnos, os trabalhadores desta empresa de componentes tecnológicos vão cumprir, hoje, duas horas de greve.  Sérgio Sales admite que as formas de luta se intensifiquem, caso a empresa continue sem responder às reinvindicações. 


O delegado do SITE Norte lembra que “propõe um aumento dalarial de 90 euros, a atribuição de prémios de antiguidade a todos os trabalhadores, sendo que a empresa está a discriminar os que entraram a partir 2013, que não têm, assim, valorização da carreira”. Além disso, os trabalhadores reinvindicam também “o pagamento das horas noturnas a partir das 20 horas para todos, porque também aqui há discriminação, já que os mais jovens só recebem horas noturnas a partir das 22 horas”. Sérgio Sales propõe ainda a “redução gradual do tempo de trabalho, mas no imediato em 30 minutos, que é tempo de refeição dos trabalhadores, deixando estes de estar na fábrica oito horas e meia”. Segundo o sindicato, ficou provado em 2020 que a produtividade não baixou com a redução do horário de trabalho diário. O combate à precariedade é também uma das causas que trouxe para a rua os trabalhadores. 

Segundo o delegado sindical, “a Aptiv tem todas as condições para negociar estas matérias”. “É uma empresa que dá lucros. Usaram a desculpa da pandemia para ir buscar apoios estatais e os objetivos foram alcançados. Uma empresa que dá milhões de lucro, atribuiu um aumento salarial de nove euros , o ano passado, mas só a partir de Outubro”, lamentou. 


“Já nos foi dito que o nosso salário ia ser o mínimo. É lamentável que uma empresa com milhões de lucro, não negociar e não dar as diaturnidades com pessoas que já têm 10 ou 12 anos de casa. Estamos dispostos a ir até onde for preciso e vai continuar a luta até o administrador se sentar à mesa das negociações”, referiu Cândida Pereira, trabalhadora da Aptiv há 32 anos, que hoje se juntou ao protesto e à greve, convocada pela SITE Norte.

Na Aptiv trabalham cerca de 800 pessoas. A RUM tentou obter mais esclarecimentos junto da asministração da empresa, mas, até ao momento, não foi possível. 

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Liliana Oliveira
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