Greve dos enfermeiros em Famalicão com adesão acima de 80%

Os enfermeiros da unidade de Vila Nova de Famalicão do Centro Hospitalar do Médio Ave encontram-se em greve, esta segunda-feira. A adesão ronda os 80% e os 90%, devido à obrigatoriedade de serviços mínimos nos cuidados de saúde.

Em declarações à RUM, o delegado do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses da zona do Minho, Mário Amador, admite ser “fácil chamar os colegas para a luta, porque, para além da união entre todos, há sempre alguém que se identifica com uma das injustiças”. 

Mário Amador adianta que a greve surge, sobretudo, pela necessidade de reforço das equipas e pelos vários contratos precários existentes na instituição. Dos cerca de 400 enfermeiros da unidade hospitalar, perto de 40 têm vínculo precário. “Em 2009, o Hospital de Famalicão abriu a urgência médico-cirúrgica. Foi necessário ter cerca de mais 10 enfermeiros por turno. No entanto, a maioria dos contratos era prestação de serviços”, explica. 


“Esses recibos verdes tinham hierarquia definida, faziam partes de grupos, integravam colegas, acompanhavam alunos e tinham um exercício de funções de natureza permanente, o que quer dizer que eram necessários, porque se não não haviam enfermeiros para trabalhar”, acrescenta.


O delegado sindical denuncia, ainda, que, face à aplicação do DL80-B de 2022, “foram pagos retroativos a alguns enfermeiros e a outros não, apesar das devidas fundamentações apresentadas pelo sindicato”.

“Basicamente, o que o Conselho de Administração diz aos enfermeiros e à população é: ‘venham para a instituição a prestação de serviços, mas esse tempo não vos é reconhecido e, depois, vão para outras instituições em que a experiência é relevada’”, refere Mário Amador.


São vários os casos de enfermeiros com experiência que já abandonaram a instituição, exigindo novos elementos, novas integrações e, segundo o delegado sindical, “isso reflete-se nos cuidados prestados às populações de Famalicão e Santo Tirso”.


A RUM entrou em contacto com a administração da unidade hospitalar, que optou por não tecer comentários.

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Maria Carvalho
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