gnration transformado em laboratório vivo para a descarbonização

Após cinco anos e um financiamento superior a 8ME está concluído o projeto Baterias 2030, liderado pela dst solar e que envolveu o INL além de mais de vinte outros parceiros e mais de uma dezena de empresas e entidades do sistema científico.

O edifício gnration já está a servir de laboratório vivo ao Projeto ‘Baterias 2030’, desenvolvido em Braga nos últimos cinco anos e cujas conclusões foram apresentadas esta quarta-feira na Blackbox daquele equipamento.

Nos últimos quatro anos o Baterias 2030 envolveu 23 parceiros, 14 empresas, 9 entidades do sistema científico, resultou em 17 teses de mestrado e 11 de teses de doutoramento, e mais de cinquenta publicações científicas internacionais.

Baterias de nova geração, valorização do ciclo de vida das baterias, tecnologias de produção descentralizada, plataformas de gestão de energia e um Laboratório vivo para a descarbonização foram os objetivos iniciais propostos e conretizados, anunciou esta quarta-feira a responsável da dst solar, Ana Luísa Pereira.

O Baterias 2030, co-financiado pelo Portugal 2020, é o primeiro projeto nacional centrado na produção de baterias sustentáveis.

“Um projeto muito à frente do tempo” – Pedro Salomé, coordenador científico


Pedro Salomé, do INL, e o coordenador científico do ‘Baterias 2030’ fala de um projeto “muito à frente do tempo” após um trabalho árduo que envolveu diferentes especialistas desde 2018. Na sua intervenção, o responsável salientou a reforma do mercado elétrico promovida pela Comissão Europeia que entretanto passará para legislação nacional, uma vez que em 2018 o projeto desenhou estratégias que agora se enquadram neste novo cenário europeu. “É um projeto muito à frente do tempo porque o que está a ser promovido para passar para legislação foram coisas que andamos a trabalhar estes anos”, nota. Armazenamento de energia, produção descentralizada, redes inteligentes e redução de impacto ambiental foram as dimensões tecnológicas trabalhadas.

Projeto estratégico para Portugal e para a União Europeia


Combinar a descarbonização das cidades com o novo paradigma energético usando o armazenamento como veículo essencial foi o primeiro propósito. Ana Luísa Pereira, da dst solar fala num projeto “estratégico para Portugal e para a União Europeia”, assumindo que o município de Braga foi determinante para a criação do living lab, em pleno gnration. “Este é o berço do Baterias 2030. Aqui [no gnration] estamos a desenvolver um laboratório vivo que se vai expressar como uma comunidade de energia renovável virtual usando as tecnologias desenvolvidas ao longo de todo o projeto, nomeadamente tecnologias de produção, armazenamento e consumo de energia”, detalha. O gnration está nesta fase a produzir e consumir energia e a partilhar os seus excedentes com o Mercado Municipal e o edifício do Pópulo.

No gnration estão instaladas várias tecnologias, nomeadamente uma fachada fotovoltaica Perovskita, baterias de escoamento, baterias 2nd life, uma central fotovoltaica, um eletrolisador + pilha de combustível, pavimento termoelétrico e luminárias com produção eólica.

Miguel Antunes, da Agência Nacional de Inovação (ANI) considera que este pode ser um primeiro passo de Portugal na tentativa de trabalhar a redução da dependência de países externos na fileira das baterias, um problema identificado em espaço europeu. 

Na sessão de abertura, sublinhou que o consórcio estabelecido no Baterias 2030 está “bem posicionado” para aproveitar esta “grande oportunidade para Portugal”.

Do Baterias 2030 já resultou também uma Agenda Mobilizadora do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“Braga quer continuar a ser laboratório vivo” – Ricardo Rio


O presidente do Município de Braga assistiu à apresentação dos resultados. Sobre o Baterias 2030, Ricardo Rio assume que o município só podia aceitar o desafio até porque Braga “quer ser um laboratório vivo, o local em que os inventores e investigadores na vanguarda de diversas áreas de desenvolvimento possam usar a cidade como campo experimental para os seus projetos”.

Defendendo que se trata de uma área ainda “com muito por explorar”, sugere que esta rede colaborativa possa ser “mais desenvolvida no futuro” encontrando mais soluções e conceitos “a partir de Braga”.

Parque de estacionamento do edifício do Pópulo tem piso que produz energia


Já em declarações aos jornalistas, João Rodrigues, vereador que acompanhou o desenvolvimento do projeto nos anos mais recentes, revelou que além do gnration, outro edifício que está a aproveitar energia é o edifício Pópulo, através da instalação de um piso no parque de estacionamento que produz energia.

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Elsa Moura
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