gnration e CIAJG à procura de propostas artísticas com capacidade experimental
O gnration chamou o CIAJG (Centro Internacional das Artes José de Guimarães) para a nona edição dos Laboratórios de Verão, cuja ideia passa por identificar novos criadores no distrito de Braga. O programa, cujas candidaturas estão abertas até 9 de abril, esteve em destaque no Campus Verbal desta terça-feira à noite, na RUM.
Luís Fernandes, programador do gnration, considera que o programa é importante e vem “reforçar algo que é basilar às duas instituições, que no fundo é perspectivar um olhar sobre o território, que permita identificar novos criadores ou criadores que nem sempre têm as condições para levar a cabo os seus trabalhos”. O diretor artístico lembra que é também missão destes espaços “trabalhar a criação contemporânea em áreas distintas, mas que também se tocam em alguns pontos, promover esse papel de estimulador e instigador de novas criações artísticas”.
A nona edição do programa desenvolvido pelo gnration é dirigida a artistas ou coletividades residentes ou naturais do distrito de Braga abertos ao desenvolvimento de conteúdos artísticos originais nos domínios da imagem, som, performance, interatividade, música, dança ou no cruzamento entre áreas.
Marta Mestre, do Centro Internacional de Artes José de Guimarães (CIAJG) enaltece esta nova sinergia e afirma que o programa permitirá conhecer melhor o que por cá se faz. Ressalvando a importância desta fusão, Marta Mestre fala numa “roupagem distinta” que “amplia o foco de atuação do programa”. “Amplia porque julgo que a ideia de linguagens emergentes, linguagens híbridas entre espectros muito diversos, tudo isso poderia então ser considerado como criação contemporânea”, argumenta.
Para os interessados, Luís Fernandes e Marta Mestre lançam alguns conselhos na elaboração das respetivas candidaturas. “A clareza da proposta, a clareza conceptual, o fundamento das bases artísticas do projeto são coisas importantes obviamente, e dão-nos conforto quando são bem executadas. Quando não são bem executadas, se calhar deixam-nos inseguros da capacidade do proponente em levar a cabo a proposta”, assinala Luís Fernandes. Marta Mestre destaca a capacidade de “denotar um pensamento, uma possibilidade das artes terem uma proposição de pensamento, ou seja, que elas não sejam meramente decorativas, mas que tenham capacidade atuante, diálogo, contemporaneidade, arrojo, experimentação. Eu acho que seria essa a palavra que poderia destacar naquilo que procuramos, naquilo que o júri procura, que tenham essa capacidade experimental”.
Aos projetos vencedores, o programa oferece um local de trabalho durante um período de duas semanas, nos meses de junho e agosto, apoio monetário no valor de dois mil euros, apoio técnico e de produção. Para esta edição, o gnration e o CIAJG vão apoiar quatro projetos.
