Futebol feminino está três a quatro décadas atrasado em relação ao inglês e francês

O campeonato feminino português está três a quatro décadas atrasado em relação, por exemplo, ao inglês, francês ou nórdico. Quem é o diz é o investigador da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho (EEG), Paulo Reis Mourão, que é o convidado desta semana da edição conjunta entre o UMinho I&D e o Rumo Desportivo.

O docente publicou recentemente um artigo no Internacional Journal of Sports Science & Coaching, onde abordou as transferências de atletas em clubes portugueses nas épocas entre 2019 e 2021. A maioria dos contratos, em Portugal, são semi-profissionais.

Para Paulo Reis Mourão, Portugal pode ser o local escolhido por atletas de nacionalidade brasileira, mas não só, para entrar em campeonatos mais competitivos. O investigador do NIPE – Núcleo de Investigação em Políticas Económicas e Empresariais – frisa que este fenómeno, que apelidou de “apeadeiro”, já acontece no futebol masculino.

A transferência mais cara no futebol feminino, de Keira Walsh, rondou os 460 mil euros quando se mudou em setembro do Manchester City para o Barcelona. Contudo, esse valor corresponde apenas a 0,2% da mais cara transferência masculina, Neymar, do Barcelona para o PSG.

Questionado sobre quantos anos serão necessários para que o futebol feminino esteja mais próximo dos valores das equipas principais masculinas, o investigador não aponta uma data, visto que esta é sobretudo uma questão social.


“O futebol feminino ser próximo do masculino, de facto, vai exigir muito de nós enquanto sociedade. Hoje, em Portugal, uma trabalhadora tende a auferir cerca de 20% menos do que o equivalente masculino. Contudo, os valores quer a nível nacional quer internacional, vão tender a alguma aproximação”, revela. 

O docente alerta para as questões financeiras dos clubes, nomeadamente, no SC de Braga. “Com um plantel competitivo a nível masculino e depois um plantel competitivo a nível feminino, se tiver uma equiparação pela alta, isto é, o feminino ganhe o mesmo que o masculino, não sei até que ponto, é que o próprio clube teria capacidade, de momento, para afirmar sobre o risco de ter que encontrar outras fontes de receita”, refere.


– PODE OUVIR O EPISÓDIO COMPLETO AQUI – 

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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