Fraturas, dores de barriga e febre. Hosp. dos Bonequinhos espera receber 700 crianças

No Hospital dos Bonequinhos já se sentem os primeiros sintomas de gripe. Na sala de espera, em que os pacientes aguardam apenas alguns minutos que passam a desenhar, continuam a chegar também um grande número de fraturas e as clássicas dores de barriga.
A RUM acompanhou o segundo de quatro dias da 16ª edição do Hospital dos Bonequinhos, uma iniciativa que junta o NEMUM – Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho, o Hospital de Braga e o Município de Braga.
No consultório improvisado do dentista, na Biblioteca do Hospital de Braga, encontramos o Afonso, do Colégio Leonardo Da Vinci, com o seu Homem Aranha. Os sintomas vão desde febre, a dores num dos pés e duas pernas partidas resultado de “uma viagem de barco” atribulada em que o seu amigo tentou “atravessar um recife”. Aos microfones da Universitária garante que aprendeu a melhor técnica para lavar os dentes “muitas vezes por dia”.
Na ala das análises de sangue estava o Mickey do Afonso Dinis. Depois de passarem pela Imagiologia o diagnóstico é “um braço partido”. A razão “um dia de brincadeira no escorrega”.
Já na sala de cirurgia, Pérola Gonçalo estava a acompanhar a cirurgia de um urso que tinha sofrido um acidente de viação. Foi possível identificar vários órgãos como o coração, os pulmões e o intestino grosso, assim como aprender para que serve uma máscara respiratória.
São esperadas 700 crianças ao longo de quatro dias de Hospital dos Bonequinhos.
Ao serviço está uma equipa composta por estudantes de medicina, enfermagem, psicologia, farmácia e nutrição com o apoio de estudantes de educação básica.
Para além de combater o medo da bata branca, esta é uma oportunidade para os estudantes do 1º e 2º anos de medicina, mas não só, treinarem a sua comunicação com os mais pequenos. Diana Oliveira do NEMUM frisa que este é um primeiro contacto muito valorizado pelos alunos, premissa comprovada pelo facto de as vagas para a iniciativa esgotarem em “poucos minutos”.
Do lado da unidade hospitalar, Fátima Faria, enfermeira diretora do Hospital de Braga, garante que esta experiência ajuda a reduzir o sentimento de ansiedade. Além disso, contribui para desenvolver o lado “cuidador” dos mais pequenos. “Acabam por ficar com uma imagem diferente do hospital. Quando por algum motivo regressam ou são internados partilham a experiência no Hospital dos Bonequinhos”, refere.
Na área da humanização, a unidade hospitalar conta também com as visitas dos ´Doutores Palhaços` todas as terças-feiras. Através da parceria com o SC de Braga são realizados jogos e as crianças na Ala Pediátrica são visitadas pelas mascotes do clube, o Bracaro e a Augusta.
No sábado, as portas do Hospital dos Bonequinhos estão abertas a todas as crianças, entre os 3 e os 11 anos, que cheguem acompanhadas por um adulto, entre as 9h e as 12h30. Não é necessária inscrição prévia.
