FPCUB critica estudo do ACP sobre uso de bicicletas. “Não fomos tidos nem achados”

A Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) lamenta o facto de não ter sido convidada para participar no mais recente estudo do Observatório do Automóvel Club de Portugal (ACP). Sendo membro do conselho consultivo do observatório desde 2016, o organismo liderado por José Manuel Caetano considera que devia ter dado o seu parecer neste barómetro, já que se centrou na utilização de bicicletas por parte da população.

A iniciativa foi desenvolvido pelo ACP, em parceira com o Jornal de Notícias e a TSF, órgãos de comunicação social do Global Media Group que lançaram este sábado notícias referentes ao estudo. Foi dessa forma que o presidente da FPCUB soube deste trabalho, estranhando que a federação não tenha sido contactada. “Não fomos tido nem achados”, refere, explicando que estava à espera que, sendo um barómetro sobre o uso de bicicletas por parte da população, a FPCUB fosse ouvida para dar a sua opinião, por exemplo, sobre “a índole das perguntas”.

Depois de ter conhecimento do sucedido, o presidente do organismo enviou uma carta ao ACP a manifestar o seu descontentamento e a solicitar o estudo completo. Esta segunda-feira, a entidade responsável pelo estudo respondeu. “Eles dizem que de facto não nos deram conhecimento e usaram outros argumentos para se desculparem. Pediram desculpa à federação pelo esquecimento”, concretiza. De acordo com José Manuel Caetano, no documento enviado pela ACP, referia que “em anexo estava o estudo na íntegra”. No entanto, o responsável máximo da FPCUB garante que “não veio estudo nenhum”.

No dia em que foi publicada a notícia com os resultados do estudo, a Federação Portuguesa de Ciclismo, igualmente membro do órgão consultivo do observatório do Automóvel Club de Portugal, queixou-se também de não ter dado o seu parecer e manifestou mesmo a vontade de sair do observatório. José Manuel Cateano adianta que a FPCUB não vai seguir o mesmo caminho. “Não fazemos birrinhas nem batemos o pé. Não me vou orientar por qualquer decisão que venha da Federação Portuguesa de Ciclismo”, garante. 


Agora, o líder da Federação Portuguesa de Cicloturismo pretende fazer uma avaliação rigorosa do método utilizado e das conclusões do barómetro para, eventualmente, propor “um novo estudo com outras perguntas e dirigidas a outras pessoas”. “Quero saber como é que eles chegaram àquelas conclusões”, reitera.


Grande parte da população pretende utilização de capacete e seguro obrigatório

O estudo organizado pelo Observatório do Automóvel Club de Portugal contou com uma amostra de 605 pessoas, em que as respostas foram recolhidas de forma aleatória junto de eleitores portugueses recenseados, estratificados por género, idade e região.

91% dos inquiridos considera que quem anda de bicicleta ou de trotinete deve ser obrigado a usar capacete e 84% defende a existência de um seguro de responsabilidade civil. Estas foram algumas das conclusões tiradas, como deram nota o Jornal de Notícias e a TSF.  No entender da FPCUB, são duas situações que devem continuar a não estar contempladas na lei.


Contactado pela RUM, o ACP não se mostrou disponível para prestar declarações, referindo que o assunto já foi esclarecido com a FPCUB.

Partilhe esta notícia
Tiago Barquinha
Tiago Barquinha

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Sara Pereira
NO AR Sara Pereira A seguir: Carolina Damas às 17:00
00:00 / 00:00
aaum aaumtv