Fórmula 1. DGS diz que falta de distanciamento é da responsabilidade dos cidadãos

As doenças contagiosas têm um enorme impacto na vida social das pessoas, recorda Graça Freitas. A diretora-geral da Saúde, questionada sobre o Grande Prémio de Fórmula 1 no Algarve, lembra os mapas de risco, “uma forma de repensar o risco que existe numa determinada região”.

A Direção-Geral da Saúde, na análise de eventos, tem tentado fazer uma simetria com a situação sanitária e o equilíbrio social do evento. Graça Freitas explica que o Algarve é a região do país com menos incidência da doença.

“O setor da hotelaria do Algarve é extremamente seguro, e depende da economia da Região. O autódromo também tem acessos fáceis e é ao ar livre.”

Graça Freitas lembra que as autoridades de saúde reduziram a lotação do evento. O autódromo tem capacidade para cem mil pessoas, e assistiram à Fórmula 1 menos de 30 mil.

Ainda assim, Graça Freitas reconhece que nem tudo correu bem e admite que nem sempre se cumpriu o que estava previsto. “Há uma responsabilidade da organização e também da DGS. Aprendemos que, de facto, se queremos ter mais controlo sobre os imponderáveis, temos de ter menos gente nos eventos.”

Testes rápidos vão ser utilizados pelas autoridades de saúde

A diretora-geral da Saúde desvaloriza os protestos contra o uso obrigatório de máscara na rua. Graça Freitas diz que é uma situação normal de fadiga pandémica.

A declaração surge depois da Ordem dos Médicos ter aberto seis processos disciplinares a clínicos que estarão associados a movimentos e iniciativas contra o uso da máscara.

A Direção-Geral da Saúde publicou esta segunda-feira uma nova norma para a estratégia de testes em Portugal, com efeito a partir de 9 de novembro. Graça Freitas adianta que o objetivo é reduzir e controlar a propagação da doença, tal como prevenir o impacto da Covid-19 no Serviço Nacional de Saúde.

“Queremos introduzir testes rápidos, além dos testes moleculares. Vamos definir em que contextos estes testes devem ser utilizados: a principal razão é a testagem aos assintomáticos”, explica.

A diretora-geral da Saúde indica ainda que os profissionais de saúde, em risco de exposição, vão ser testados com recurso aos novos materiais. Graça Freitas afirma que os testes rápidos são seguros, de acordo com normas internacionais.

“Ser da mesma família, mas de núcleos diferentes, é tão arriscado como contactar com estranhos”

Se nos encontramos, do ponto de vista familiar, sem tomar medidas de contenção, a transmissão da doença torna-se mais propícia. O alerta de Graça Freitas para explicar o maior número de casos na região Norte, surge com o apelo para que as medidas de contenção sejam cumpridas pelos cidadãos.

“Ser da mesma família, mas de núcleos diferentes, é tão arriscado como contactar com estranhos”, admite.

As equipas de saúde pública estão com uma grande pressão, admite Graça Freitas. Ainda assim, a diretora-geral da Saúde lembra que os recursos estão a se mobilizados, como é o caso dos alunos de enfermagem.

Graça Freitas indica ainda que a própria DGS está a dar o exemplo: “Eu hoje mobilizei dois médicos de saúde pública para uma região do país com surtos ativos”.

Quanto aos testes rápidos, a diretora-geral da Saúde reforça que os mecanismos atuais são mais seguros, “principalmente quando detetam casos positivos”.

Jovens continuam a liderar taxa de infeção

Os jovens adultos são os mais infetados com a doença, dos 20 aos 50 anos. Graça Freitas lembra que o “perfil” da doença foi-se alterando ao longo dos meses.

“As crianças muito pequenas têm apresentado taxas de incidência muito baixas”, indica. O regresso das crianças às creches é, por isso, seguro.

Quanto aos dados de internamento, os indivíduos dos 60 aos 79 anos são os que mais necessitam de cuidados hospitalares. “Vai subindo, gradualmente, com o aumento da idade”, explica.

c/ TSF