Forças de segurança venezuelanas mataram 121 pessoas em janeiro

A imprensa venezuelana divulgou hoje dados nos quais se aponta que as Forças de Ações Especiais (FAES) da Venezuela, assassinaram, 121 pessoas durante o mês de Janeiro, quase quatro vezes mais que em Dezembro de 2019.
“As FAES começaram o 2020 matando quase quatro vezes mais que em Dezembro. As FAES retomaram fortemente a sua actividade letal em janeiro de 2020 e foram responsáveis pela morte de 121 cidadãos em comparação com as 31 pessoas que morreram pelas mãos dessa força policial em dezembro de 2019”, explica o jornal venezuelano Tal e Qual.
O jornal explica que o maior número de “execuções” tiveram lugar no estado de Zúlia (24), seguindo-se Lara (18), Miranda (16) Barinas (9), o Distrito Capital (8), Arágua (7), Anzoátegui e Carabobo (cada um com 6) , Nova Esparta e Yaracuy (cada um com 5), Bolívar e Mérida (4 cada um), Portuguesa e Falcón (3 cada), Táchira (2) e Vargas (1).
Segundo o Tal e Qual, o número de “execuções” de cidadãos tinha diminuído depois de em Julho de 2019 a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michele Bachelet ter questionado, num relatório a “surpreendente elevada” proporção de alegadas execuções extrajudiciais cometidas pelas FAES.
“Aparentemente, o efeito Bachelet começa a perder força, como pode ser visto na recopilação de informação feita por diferentes meios digitais em toda a Venezuela”, explica.
Segundo o Tal e Qual, “o padrão de atuação” das FAES “continua a ser o mesmo: nos confrontos, nenhuma pessoa fica ferida, todas morrem” e as que são levadas para os hospitais “tampouco sobrevivem”.
“Em Janeiro de 2020 todos os mortos foram homens”, precisa.
A média de idade dos falecidos oscila entre os 27 e os 40 anos.
Segundo o relatório divulgado em Julho de 2019 pela ONU, em 2018 registaram-se 5.287 mortos na Venezuela por alegada “resistência à autoridade”, durante atuações das FAES.
Entre Janeiro e maior de 2019 outras 1.569 pessoas foram assassinadas pelas forças de segurança, um número que várias outras fontes dizem poderá ter sido ainda maior.
Lusa
