Financiamento CIAJG. Vânia Dias da Silva acusa Bragança de “falta de força política”

Depois do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, ter defendido a ideia de que os equipamentos culturais devem intensificar a ligação ao mecenato, referindo-se em particular, ao Centro Internacional das Artes José de Guimarães, a coligação de direita acusou, na reunião de Câmara desta quinta-feira, o autarca Domingos Bragança de “falta de força política”.
Recorde-se que, do Estado, o CIAJG, que surgiu em 2012, na Capital Europeia da Cultura (CEC), apenas recebeu 300 mil euros em 2018. Desde então, não tem qualquer financiamento público, ao contrário do que acontece com a Casa da Música, no Porto, e o Centro Cultural de Belém, em Lisboa, também antigas CEC.
Vânia Dias da Silva lamenta que os sucessivos ministros da Cultura, do PS, tenham prometido uma solução e nenhum a tenha encontrado. Para a vereadora da oposição, Pedro Adão e Silva veio a Guimarães dizer que não foi encontrada nenhuma solução e, por isso, vão bater à porta dos privados para ajudarem”. “Nada contra que os privados ajudem, mas é uma questão de equidade. Lisboa e Porto, na sequência das suas Capitais Europeias da Cultura, têm apoio público para os seus equipamentos. Guimarães, em igualdade de circunstâncias, não tem”, criticou. Vânia Dias da Silva referiu ainda que Domingos Bragança, apesar de partilhar a cor do Governo, “não teve peso suficiente para conseguir encontrar uma solução para o problema”.
Na resposta, o vereador da Cultura, Paulo Lopes Silva, apontou a “extinção da Fundação Cidade de Guimarães”, como uma justificação para esta falta de financiamento. Na altura, explicou, a Fundação foi extinta “por determinação do Governo”. “Pelo facto de, naquela altura, o Governo estar nos órgãos e membros fundadores, era possível inscrever diretamente as verbas em Orçamento de Estado. Criar uma nova Fundação é uma possibilidade se houver disponibilidade da parte do Governo”, explicou.
O socialista lembrou ainda que, para lá da verba atribuída em 2018, o Estado atribuiu, este ano, um apoio extraordinário a este equipamento vimaranense, através do fundo de fomento. Ainda assim, o responsável pela pasta da Cultura vimaranense, admite ser necessário “encontrar uma solução definitiva”. Paulo Lopes Silva frisou ainda que, neste momento, a Câmara de Guimarães quer “dialogar com o Governo, essencialmente, política cultural de nível nacional”, por acreditar que Guimarães pode “ter uma palavra ativa na definição das políticas nacionais de apoio às artes”. “Continuamos a apostar seriamente, com convicção, porque acreditamos no CIAJG”, explicou, garantindo que está a ser trabalhada uma solução para o problema da falta de financiamento.
