Festival TRÊSPÊ arranca com performance sobre envelhecimento físico do livro e corpo humano

O Festival TRÊSPÊ arrancou esta quinta-feira, na Biblioteca Pública de Braga, com a estreia de ‘Matérias Inúteis’ pelo coletivo bracarense Banquete. Trata-se de uma performance sobre o ciclo dos livros e a sua preservação e deterioração, numa analogia ao ciclo do corpo, que se repete a 9 e 16 de junho.
O espaço foi ocupado por uma instalação de Tomé Capa e pela música ao vivo de Miguel De. Joana Martins deu voz ao texto e Júlio Cerdeira percorreu a sala dourada. Os artistas procuraram retratar diferentes fatores que aumentam a degradação, como a humidade, lesões crónicas, amputações, entre outros, para perceber quando é que uma matéria fica de tal forma destruída, que se torna inútil.
O processo criativo passou por várias experiências. “Colocamos água sobre o texto, cortamos o texto no rendilhado, asfixiamos o texto como quando é pulverizado para a desinfestação”, explica Júlio Cerdeira. “Algumas experiências mais interpretadas, mas que sentimos que não faziam muito sentido aqui, e quisemos que estas repetições do texto fossem uma deterioração do corpo na relação com a deterioração do próprio objeto”, acrescenta Joana Martins.
Helena Mendes Pereira, diretora geral e curadora da zet gallery, fala de “um espetáculo muito rico”. “Uma performance muito completa e um excelente presságio para este festival”, considera.
A primeira edição do novo festival bracarense, o TRÊSPÊ (Performance, Património e Paisagem) prossegue nos dias 3, 4 e 5 de junho, com o espetáculo a cargo do coletivo ‘Demo’, no Parque das Camélias e, para finalizar, o coletivo internacional ‘Urge’ atua nas Sete Fontes, entre 17 e 19 de junho.
