“Queremos chamar a atenção para os problemas e exigir que as promessas sejam cumpridas”

A Fenprof denúncia que há professores a trabalhar mais de 50 horas semanais, apesar de o estatuto da carreira docente apontar para as 35. ‘O horário e as condições de trabalho dos docentes’ foi o tema do primeiro dia da iniciativa ‘Professores na Campanha’ da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) que arrancou, esta segunda-feira, em Viana do Castelo, de manhã, e em Braga, à tarde. 

De norte a sul e também nas regiões autónomas, nos dez dias úteis de campanha eleitoral os professores vão concentrar-se em plenários para dar visibilidade às reivindicações para a próxima legislatura.


Esta tarde, em Braga, junto à Arcada, o secretário-geral adjunto da Fenprof, Francisco Gonçalves, apontou que, segundo um inquérito realizado pela federação, entre setembro e outubro de 2023, os professores trabalham mais 15 horas do que o horário legalmente definido em tarefas como preparar aulas, preparar exames e apoiar alunos com dificuldades.

“Isto acontece porque a componente letiva está praticamente circunscrita a aulas e há um conjunto de atividades que, no fundo, são letivas, mas que não são consideradas como tal, obrigando os professores a realizarem aquele trabalho individual nos seus horários de descanso”, aponta. Para Francisco Gonçalves é “fundamental” que a componente letiva volte a englobar todas as atividades diretas com alunos. No entanto, de acordo com o secretário-geral adjunto, tal não acontece porque “custa mais dinheiro e implica contratar mais professores”.

Ao longo dos próximos dez dias, os professores vão fazer circular quatro petições sobre carreiras, precariedade, condições de trabalho e aposentações para serem discutidas na próxima legislatura.



“O país está confrontado com um problema muito sério”

O secretário-geral adjunto da Fenprof alerta também para a importância de valorizar a profissão para atrair mais jovens para a carreira, vincando que, atualmente, os alunos formados são “insuficientes para cobrir as aposentações”. “O país está confrontado com um problema muito sério. Este ano letivo foram cerca de 600 os professores recém-formados para fazer face a 3.500 aposentações em 2023 e a quatro ou cinco mil em 2024″, ressalta, reforçando a necessidade de tornar a carreira “atrativa”.

A precariedade, a contagem do tempo de serviço e a falta de apoios para os professores deslocados são outros dos problemas apontados. Francisco Gonçalves avisa também que a Fenprof vai exigir o cumprimento das promessas eleitorais. “Queremos chamar a atenção para os problemas e cá estaremos para exigir que as promessas que foram feitas sejam cumpridas”, realçou.

A ação ‘Professores na Campanha’ termina nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, no dia 8 de março. Esta terça-feira, as concentrações terão lugar em Vila Real e Bragança. 

Partilhe esta notícia
Catarina Martins
Catarina Martins

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Breaks Lda
NO AR Breaks Lda A seguir: Music Hal às 02:00
00:00 / 00:00
aaum aaumtv