Feira regressar ao Mercado? “Só nas mesmas condições”

Há vendedores que estão contra a mudança da feira junto ao Estádio Municipal para outros locais da cidade e apelam ao aumento da frequência de autocarros para aquele local.
Para a maioria, o regresso às imediações do Mercado seria o cenário desejável, se se mantivessem as anteriores condições, ou seja, em todo o espaço circundante. No entanto, o que esteve já previsto foi o regresso à rua traseira do lar Conde de Agrolongo, algo que consideram um cenário caótico, devido à falta de espaço.
Em entrevista à RUM, Ricardo Garcia garante que há cerca de 50 licenças legais, para vender no recinto onde funciona atualmente a denominada Feira do Mercado, às quintas-feiras e sábados.
“Ao sábado faço o mesmo ou mais que fazia quando a feira estava junto ao Mercado”, garante Ricardo Garcia, admitindo que a quinta-feira é mais fraca, mas “não se perde o dia”. “Se houvesse autocarros diretos do Mercado para o Estádio, era bom”, referiu ainda.
O feirante diz ter mais de 100 clientes por sábado na sua banca e julga que o número é até superior ao que tinha anteriormente, em parte devido “ao estacionamento” que facilita o acesso à feira.
O espaço junto ao Parque da Ponte, atrás do Arsenal da Devesa, já esteve em cima da mesa, disse Ricardo, mas a localização não agrada aos comerciantes. “Ficava ainda mais longe e levavam com feira às terças, quintas, sábados e domingos”, apontou, garantindo que prefere estar junto ao Estádio. “O melhor sítio era aquele espaço em frente ao Ibis. Ali ainda vendíamos mais do que no Mercado”, afirmou Ricardo Garcia garantindo que, entre os colegas que têm licença válida, “70 a 80% não quer sair” da atual localização.
As condições são igualmente elogiadas por José Ribeiro, feirante há 35 anos. “Prefiro estar aqui, porque estou à sombra, os clientes têm estacionamento, nós temos condições para por a barraca e para ter as carrinhas à beira. Vendo menos um bocado, mas é preferível”, referiu em entrevista à RUM.
Tal como Ricardo, José só equacionava regressar ao espaço junto ao Mercado nas mesmas condições. Junto ao Estádio, garante, “o sábado é bom”, ainda que fature “menos um bocadinho”, mas isso, acrescentou, é porque “as feiras andam fracas em todo o lado”. “A quinta-feira morreu. Por exemplo, fazia 250 euros e agora faço 100 ou 150, menos um bocadinho, mas tenho condições”, realçou. No entanto, o feirante prefere manter-se no mesmo local do que “mudar para a beira da Ponte”, porque “ainda é pior”.
Contactada pela RUM, e tendo em conta as obras que decorrem na Academia do SC Braga, a vereadora Olga Pereira adiantou que a autarquia está a equacionar outras alternativas, que serão, posteriormente, comunicadas. Segundo apurou a RUM, o regresso às imediações do Mercado está fora de hipótese.
