Famílias de S. Gregório terão habitações modulares dentro de um ano

Dentro de um ano deixará de existir o acampamento abarracado no monte de S. Gregório, em Braga.

O executivo municipal deu, ontem, luz verde à aquisição, ao Colégio de S. Caetano, de uma parcela de terreno, na Rua dos Paióis, na União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade, com a área de 3.627,00 m2, pelo valor de 689.130,00€, para ali construir dez habitações modulares destinadas a alojar as famílias.

“Houve a concertação de muitas vontades, houve um trabalho exaustivo no terreno para tentar verificar qual é que seria a melhor forma de acorrer a esta situação que não dignificava a cidade, que punha em causa a dignidade daquelas pessoas, e esta solução tem esta vantagem, do ponto de vista habitacional, da inserção educativa e das condições de segurança”, afirmou o presidente Ricardo Rio.

Apesar de concordarem com a solução encontrada pela maioria de direita, os partidos da oposição alertaram para a necessidade de integrar estas pessoas na sociedade.

Nuno Reininho, da CDU, alertou para o facto de a “proximidade aos espaços escolares” não reduz, por si só, o absentismo. “Não é por estarem mais próximos que as questões identitárias e culturais se alteram”, denotou. O vereador comunista diz ser importante implementar “um projeto de investimento permanente, continuado no tempo e devidamente estruturado”.

“Nós entendemos que uma política de integração das pessoas não deve passar por levar toda a comunidade para o mesmo local, porque existem experiências anteriores em que isso não produziu resultados”, apontou Nuno Reininho.

Para a vereadora do Partido Socialista (PS), Sílvia Sousa, é importante “pensar a estratégia de habitação e de realojamento que se pretende para a cidade como um todo”. “Nós percebemos que as famílias terão alguma resistência a deslocar-se para uma zona que não é a sua zona de conforto. No entanto, há riscos em realojar, no mesmo sítio, famílias que vivem em contextos que são frágeis e potencialmente problemáticos, criando guetos”, acrescentou. Para o PS, “se aquela é a única solução possível e rápida, há que aproveitá-la”, mas acautelando “que essas famílias têm de ser integradas na comunidade onde irão habitar de forma plena”.

Na resposta, Ricardo Rio garantiu que “em todas estas intervenções há sempre uma componente social associada”. “Estamos a falar de pessoas que sempre viveram em comunidade, são famílias, portanto, não há uma guetização. Há, obviamente, a sua reintegração num outro modelo de organização social, sendo que, por exemplo, em contraponto, nós no Picoto temos vindo a promover um conjunto muito alargado de demolições e de realojamentos de pessoas sem as concentrar, reintegrando-as em espaços diversos da nossa cidade e, com isso, criando essa capacidade de harmonização também desse mesmo efeito”, explicou Ricardo Rio.

O acampamento abarracado de S. Gregório é, segundo o autarca, o último caso do género no concelho, ainda que reconheça a existência de “casos muito pontuais, dispersos pelas diversas freguesias”. Estas situações dizem respeito sobretudo “a idosos isolados, pessoas que vivem sem condições e que têm vindo a sofrer também processos de realojamento ou de intervenção nas suas próprias habitações”. 

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Liliana Oliveira
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